Opinião Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 09h:05 | Atualizado:

Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 09h:05 | Atualizado:

Rodrigo Vargas

A arapuca do VLT

 

Rodrigo Vargas

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Papel aceita tudo. Computador ultramoderno, então, é capaz de tornar praticamente real um mundo existente somente nas pranchetas ou no gogó dos governantes de ocasião. 

Quando conseguiu a proeza de enfiar goela abaixo da população de Mato Grosso o projeto do VLT, o ex-governador Silval Barbosa se valeu de todo arsenal que a comunicação moderna oferece ao aparato estatal. 

Mentiu sobre a tarifa. Mentiu sobre a viabilidade econômica. Foi de um descaramento quase surreal ao defender o fictício cronograma para a Copa do Mundo. E, ao mesmo tempo, fez de tudo para apontar má-intenção em qualquer crítica. 

O rosário de inverdades, exposto de forma um tanto tímida pelo atual governo nesta semana, tinha como primeiro objetivo assegurar a licitação pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação), quando preço e prazo são definidos no escuro. 

A pressa se justificava oficialmente pela proximidade da Copa do Mundo. Mas hoje está claro que, seguindo o rito normal (que pressupõe um projeto básico antes da contratação), a obra se revelaria inviável de cara. 

Fechada a contratação, o governo se apressou em antecipar a compra do material rodante. Nada mais eficiente para tornar uma obra irreversível que 280 vagões ultramodernos estacionados, esperando por trilhos que tragam sentido à sua existência. 

Diante da arapuca técnica e financeira que herdou, o governador Pedro Taques ainda não deu sinais claros do que pretende fazer ao final dos estudos, levantamentos e auditorias que marcam seu início de gestão. 

Levar até o fim uma obra que, por todos os lados que se analisar, parece condenada a dar errado? Gastar centenas de milhões de dinheiro público apenas para comprovar na prática que ninguém vai conseguir bancar a tarifa? Pagar para ver e não resolver? 

É um nó dificílimo de desatar. Em reportagem recente, o UOL afirmou que o governo estuda um retorno ao outrora demonizado sistema do BRT. Com meus botões, imagino que, se houver alguma mudança drástica, esta envolverá a linha Coxipó-Centro. 

A cria de Silval caiu no colo de Pedro Taques. E qualquer decisão a seu respeito virá acompanhada por muito choro, ranger de dentes e troca de acusações. 

Eu espero que a lição da Copa tenha sido aprendida e que, ao menos desta vez, a população seja corretamente informada e, sobretudo, ouvida antes de qualquer decisão. E que não falte coragem para fazer o que deve ser feito. 

RODRIGO VARGAS é repórter do DIÁRIO ([email protected]

 





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Comentários (6)

  • Karen Alana

    Segunda-Feira, 23 de Fevereiro de 2015, 21h16
  • aparentemente o VLT não é adequado em relação ao espaço em q há apenas 32 lugares para nos sentarmos enquanto 130 e poucas pessoa podem ficar em pé ou seja o planejamento n sugere muito confortono , sem contar q n apresentou nenhuma escada no VLT o q dificulta para idosos , gestantes, e obesos e nenhuma passagem especial para os deficiente não há nenhum lugar para se apoiar ao subir no VLT em que esta a cima da altura ideal, e bem sendo franca esse VLT só mais um planejamento para arrancarem nosso dinheiros pois agora o pessoal do centro que desejam ir para zona sul (provavelmente para ir as nossas maravilhosas praias) teram obrigatoriamente pegar no mínimo duas conduções o VLT, e um ônibus ou um metrô ou seja você terá que pagar o dobro. bem... até onde eu sei, isso não esta certo!!
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  • Karen Alana

    Segunda-Feira, 23 de Fevereiro de 2015, 21h09
  • aparentemente o VLT não é adequado em relação ao espaço em q há apenas 32 lugares para nos sentarmos enquanto 130 e poucas pessoa podem ficar em pé ou seja o planejamento n sugere muito confortono , sem contar q n apresentou nenhuma escada no VLT o q dificulta para idosos , gestantes, e obesos e nenhuma passagem especial para os deficiente não há nenhum lugar para se apoiar ao subir no VLT em que esta a cima da altura ideal, e bem sendo franca esse VLT só mais um planejamento para arrancarem nosso dinheiros pois agora o pessoal do centro que desejam ir para zona sul (provavelmente para ir as nossas maravilhosas praias) teram obrigatoriamente pegar no mínimo duas conduções o VLT, e um ônibus ou um metrô ou seja você terá que pagar o dobro. bem... até onde eu sei, isso não esta certo!!
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  • carlos augusto

    Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 20h01
  • Caro Rodrigo Vargas, tenha absoluta certeza que em alguns pontos todos tem razão quando o Ex Governador Silval Barbosa deu o prazo errado da conclusão da obra devemos pensar sera que fez inocentemente ou se fez proposital e se proposital porque não ver que foi melhor para a população penso que o Sr nao se locomove de onibus e com certeza sabe que o vlt e muito melhor e mais confortavel para o cidadao que depende do transporte publico . o interessante e a especulação em torno da tarifa nao existe em qualquer lugar do mundo tarifa igual a R$10,00(dez reais) mesmo se transformar euros para reais dolares o cambio que quiser nao tem esse valor no mundo nao seria aqui que fugiria da realidade. quanto a subisidio nao deve esquecer que o governo esta pagando pela obra com recursos proprios o que diminuiria qq subisidio , mas que poderiamos pensar pq nao ser totalmente subisidiado pelo governo ao trabalhador como deve ser a educação a saude afinal quem faz o estado crescer sao os trabalhadores pois sera que o trabalhador os estudantes ou qualquer pessoa que nao teve a mesma sorte ou condições de comprar um carro nao merece andar dignamente. Penso que na verdade o problema e igual a grandes obras em outros estados que quando estavam em obras todos eram contra porem depois a herança boa fica para quem deu a ideia e trouxe o empreendimento esse deve ser o medo de alguns politicos ira terminar mas o loro sera de outros.
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  • RRP

    Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 16h00
  • Não pretendo opinar sobre passado e futuro, quero só dar a minha opinião de que BRT é uma solução de baixa qualidade dentro das atuais opções possíveis nas cidades de médio/grande porte. O VLT é um excelente meio de transporte e uma otima opção para as pessoas e para as cidades. Na minha opinião, a solução certa, por várias aspetos. Porém precisa de um pouquinho mais de saber para a sua concretização e um pouquinho mais de dinheiro. A questão da tarifa, como todas as tarifas, é uma questão politica: queremos satisfazer mais o investidor ou o utilizador? queremos sobrecarregar o cidadão ou usar os seus imposto em seu beneficío? Creio que uma gestão séria, rigorosa e profissional do projeto permitirá, a seu tempo, disponibilizar para a população um transporte público de melhor qualidade. Estou certo que todos nós concordamos que em matéria de transporte público é urgente introduzir melhorias no serviço às populações. Creio mesmo que essa será também a opinião de pessoas que usam como transporte somente meios particulares.
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  • Carlos

    Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 15h06
  • É porque o Sr. não fala de quem mais influenciou o governo pra fazer esse projeto do VLT? Ou o Sr. Deve algum favor ao ex político Riva que ajudou a afundar nosso estado em dívidas?
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  • Claudio de oliveira

    Quarta-Feira, 11 de Fevereiro de 2015, 14h42
  • Perfeito, Rodrigo! apesar do roteiro tragicômico.
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