Opinião Sábado, 19 de Abril de 2014, 08h:24 | Atualizado:

Sábado, 19 de Abril de 2014, 08h:24 | Atualizado:

Miranda Muniz

A falácia da alternância do poder

 

Miranda Muniz

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Sem projetos capazes de galvanizar apoio popular consistente, a tal oposição e os escribas do PIG – Partido da Imprensa Golpista, parece ter encontraram a palavra mágica capaz de derrotar as forças democráticas e populares nas eleições presidenciais de 2014: a falácia da “alternância do poder”.

O “príncipe da Sobornne” e do tucanato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sentenciou recentemente: “o que eu acho é que temos de ter alternância no poder. O PT está há muito tempo no poder”. Já o neo-oposicionista Eduardo Campos, PSB, recomendou: "é importante que todo tempo os partidos possam experimentar governar e fazer oposição" (se é verdadeiro esse raciocínio do pré-candidato do PSB, ele está entrando na disputa sem nenhuma pretensão de ganhar, haja vista que até ontem estava na situação, com seu partido integrando o governo federal).

Daqui a pouco, pelo andar da carruagem, esses seguimentos vão querer apresentar uma Emenda Constitucional propondo a substituição do princípio constitucional do “todo poder emana do povo...” pelo “novo princípio constitucional” da tal “alternância do poder”, suprimindo as eleições livres e diretas para a escolha dos governantes!

O mais engraçado é que nada dizem sobre a “alternância de poder” nos Estados de São Paulo ou em Minas Gerais, onde o PSDB governa há duas décadas, ou seja, o dobro do tempo em que as forças populares estão comandando o Brasil. Não seria o caso de deixar de participar da disputa nesses Estados, dando espaço para a “alternância” do PT e seus aliados?

Seria uma demonstração da coerência do discurso com a prática!

Mas, ao contrário, são locais em que o tucanato considera feudos sagrados e que certamente irá tentar mantê-los sob seu domínio, custe o que custar.

E o que dizer do domínio das elites que governaram, usaram e abusaram do Brasil por mais de 500 anos? 

Será que o período de pouco mais de 11 anos de governos progressistas e populares, iniciado por Lula e seguido pela presidenta Dilma, já seria tempo suficiente para efetivar todas as mudanças que o Brasil e o povo brasileiro precisam, ao ponto de considerá-lo utrapassado?

Eu, particularmente, prefiro ficar com os versos do saudoso e irreverente roqueiro Raul Seixas - o “Rauzito” - que, ante as críticas apressadas e injustas dos “especialistas”, entoava o célebre refrão: “todo jornal que eu leio. Me diz que a gente já era. Que já não é mais primavera. Oh baby, oh ba...by. A gente ainda nem começou.”

Apesar de toda a insistência da tal “oposição”, com todo o beneplácito da mídia hegemônica, em propalar um suposto fracasso do atual governo das forças democráticas e populares, a maioria da população, conforme as últimas pesquisas de intenção de votos, tem plena convicção das dificuldades enfrentadas pelo atual governo e permanecerá apostando na continuidade, barrando qualquer retrocesso e exigindo o aprofundamento das mudanças em curso.

É como bem ressaltou a presidenta Dilma, em discurso durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, ao fazer referência às manifestações de junho do ano passado: “eles não pediram uma volta ao passado, pediram um avanço ao futuro, com mais oportunidades."   

Portanto, dentro das atuais condições “de temperatura e pressão”, as ditas “oposições”, vazias de propostas, e com seu pseudo discurso salvador da “alternância do poder” terão que esperar um pouco mais para retornar ao poder. 

Se é que retornarão algum dia!

Pelo menos enquanto estiver em vigência a atual Constituição Cidadã, onde a soberania popular, exercida pelo voto da maioria, constitui o princípio basilar do Estado Democrático de Direito. Para o desespero de alguns, que certamente almejam a volta do voto censitário ou outros mecanismos que possam impedir que o votos das camadas populares tenham o mesmo valor dos votos das elites.

•Miranda Muniz – agrônomo, bacharel em direito, oficial de justiça-avaliador federal, diretor de comunicação da CTB/MT – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e secretário sindical do PCdoB-MT

 





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