Os conceitos de esquerda e direita surgiram durante a Revolução Francesa, onde, originalmente, os que se sentavam à esquerda do Parlamento eram os “esquerdistas” (adeptos de mudanças mais rápidas e profundas no sistema político vigente); e os que se sentavam à direita do Parlamento, chamados de “direitistas” (adeptos de mudanças mais lentas e menos radicais no sistema que vigorava à época).
Ao longo do tempo, esse conceito dualista ganhou nuances e características de acordo com o local, a época e interesses de quem o aplicava e em quem era aplicado. Explico: direita e esquerda adquiriram conceitos diferentes em diversos países (exemplos claros são Rússia (antiga União Soviética), China, Alemanha, Cuba, Coréia do Norte, Estados Unidos, Brasil, França, Inglaterra); e tiveram transmutações radicais ao longo do tempo – século XVIII, século XIX, século XX e nos dias de hoje. Cada época uma conceituação diferente; cada país uma característica diferente, muito embora, linhas de pensamento esquerdista/direitista tenham se reinventado ao longo do tempo e lugar, tanto em relação à política quanto em relação à economia, com ambas as correntes apresentando ideias positivas e ideias negativas. Note: tanto uma, quanto a outra, SEMPRE, tiveram ideias boas e ruins, a depender do ponto de vista de cada um.
Entretanto, atualmente, no mundo todo, está sendo construída uma narrativa de que existe uma esquerda e uma extrema-direita (a direita não existe mais, tampouco a extrema esquerda). Sendo a esquerda “progressista, justa, inteligente, inclusiva e democrática”; e a direita “retrógrada, injusta, preconceituosa, antidemocrática e fascista.
Nada mais falso e manipulador.
A grande mídia – a mesma que nunca tem posição definida e se alia sempre com o conceito que lhe seja mais rentável naquele momento histórico e, atualmente, os “ideais esquerdistas lacradores” são aqueles que produzem mais engajamento e, consequentemente, mais lucro – se esforça (com bastante afinco) para disseminar a ideia de que o esquerdismo é o melhor para você, para o seu país e para o mundo, e que o direitismo vai te lançar num mundo de trevas e anacronismo.
Nada mais falso e manipulador.
Ao longo das últimas décadas criou-se um factoide de que a “esquerda” é boazinha e só quer o bem-estar do indivíduo e da população em geral. Esquecem-se de informar que, onde reinou a esquerda, descambando para a extrema esquerda – sim, cara-pálida, existe uma extrema-esquerda – tal regime trouxe miséria, crise econômica, ausência de liberdade, fuzilamentos e atrasos sociais e econômicos. Cite-se como exemplo, Cuba, Venezuela, China dos anos 50, 60 e 70, Argentina, Bolívia, Nicarágua e tantos outros.
Criou-se também um factoide de que a “direita” é malvada e quer acabar com todas as liberdades do planeta, criando um “regime fascista mundial” – sem explicar que o fascismo está muito mais próximo da esquerda que da direita. Querem criar uma falsa conexão entre direitismo e regimes autoritários, impingindo uma ideia de que onde há direita, há ditadura.
Nada mais falso e manipulador.
Esse fim de semana, as TVs e sites da grande mídia, como numa final de Copa do Mundo, bradaram para todo o mundo: a Esquerda Francesa virou o jogo. Que esquerda, moço? Que jogo?
Continua num próximo episódio.
Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor. Autor do livro “Um instante para sempre”
Moraes
Terça-Feira, 09 de Julho de 2024, 14h44Jão
Terça-Feira, 09 de Julho de 2024, 14h02Luiz
Terça-Feira, 09 de Julho de 2024, 11h50