Sou a favor da liberação imediata da Avenida da FEB para o trânsito nos dois sentidos. Assim como todos os moradores de Várzea Grande, a sensação é de se estar sitiado, isolado da Capital, sendo obrigado há mais de dois anos a se virar através de intermináveis desvios que cada dia aumentam mais. A perspectiva da Avenida da FEB voltar ao que era parece ser cada vez mais remota.
O prejuízo desse bloqueio da principal avenida de ligação com Cuiabá é incontável, irreparável. Para chegar a Cuiabá é preciso percorrer diariamente mais que o dobro do que se faria pela Avenida da FEB. A situação está absurdamente insustentável. No começo até que havia paciência, mas dois anos depois, não há como aguentar uma situação caótica.
A ausência de ruas paralelas à avenida também é um complicador. Caso houvesse uma em cada sentido, os problemas seriam minimizados. A cada dia que passa, quem mora em Várzea Grande percebe a forte dependência da Avenida da FEB.
Isso vale também para quem vem de Cuiabá para cá, pois até que chegar não é demorado, mas só o fato de ter que usar o desvio na volta faz muita gente pensar cinco vezes antes de vir para Várzea Grande. Em alguns casos, só mesmo em último caso.
Se o VLT não vai mesmo ficar pronto, que ao menos a avenida seja liberada para o trânsito. Os moradores de Várzea Grande se sentem trancafiados num recinto onde são obrigados a dar voltas e mais voltas para chegar a seu destino diário.
O prejuízo para as empresas de ônibus também são incalculáveis, pois com o trajeto dobrado o gasto com combustível e com peças também aumenta. Além disso, é preciso ampliar a frota. Tudo isso sem repasse para o passageiro, o que obriga a empresa de ônibus a trabalhar no limite para não atuar no vermelho.
A esperança de em breve ter a Avenida de volta parece diminuir a cada dia, pois mais buracos são feitos, mais máquinas, maior a sensação de que a obra está apenas começando. Sem falar nos trilhos do VLT que ainda não aparecem.
A trincheira do Zero-quilômetro então, parece mais a construção de obras faraônicas. Não pela grandiosidade, mas pela demora em sua conclusão. Basta passar por lá e ter a nítida sensação de que não vai terminar nunca.
ADILSON ROSA é jornalista em Cuiabá