Opinião Domingo, 09 de Agosto de 2015, 08h:23 | Atualizado:

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Wellington Fagundes

Caminhos contra a crise

 

Wellington Fagundes

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Na última terça-feira (4), quatro novos diretores da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tomaram posse, constituindo, de forma efetiva, a diretoria colegiada daquela autarquia especial. À primeira vista, a posse desses novos dirigentes parece ser algo comum, corriqueiro na Administração Pública. Esse ato, no entanto, tem um grau de representatividade singular neste momento de intensas dificuldades que o país atravessa. 

A ANTT, assim como ocorre em outras agências, estava há algum tempo atuava com diretores interinos. A natureza das atribuições incumbidas às agências reguladoras exige que elas disponham de independência para atuar e legitimamente para adotar as decisões que lhes competem. Sem a indicação efetiva da diretoria colegiada, as agências ficam fragilizadas. 

Por isso, atuamos firmes junto a Comissão de Infraestrutura do Senado na cobrança de uma definição por parte do governo. E ela veio. 

Como se sabe, o Brasil vive uma crise econômica, agravada por desentendimentos políticos, que torna esta situação ímpar. É fato! Mas, por outro lado, existe um quadro de grandes oportunidades que, seguramente, representam um atalho para ajudar a debelar esse momento de angústia e até de incertezas que assolam a Nação. São as concessões, direcionadas ao processo de modernização da infraestrutura de transportes do nosso país. 

O Programa de Investimentos em Logística, o PIL, como tenho dito inúmeras vezes, projeta investimentos numa cifra colossal. São R$ 198,4 bilhões, dos quais R$ 69,2 bilhões devem ser investidos em obras entre 2015-2018. E o restante, 129,2 bilhões, a partir de 2019. 

Claro que precisamos ter pressa para fazer com que essas novas concessões avancem rapidamente, que saiam do papel, pois elas irão impulsionar o processo de retomada de aquecimento da nossa economia. O Plano das Concessões é remediador para o Brasil. 

O primeiro grande efeito dos desdobramentos dos processos de concessão é a criação de novas frentes de trabalho. Se para cada bilhão investido houver a geração de mil empregos diretos, por muitos e muitos anos, o Brasil terá empregos em números recordistas, resolvendo o problema da mão de obra ociosa. 

O segundo efeito do PIL está na questão objetiva, ou seja, o Brasil estará ativando esse que é um dos segmentos mais importantes para que a base econômica nacional tenha fluidez: o setor de transportes. 

É importante ressaltar que a matriz de transporte no Brasil é bastante desbalanceada, se comparada com outros países de dimensões semelhantes como Rússia, Canadá, Estados Unidos e Austrália. Há hoje uma reconhecida ineficiência no setor, que gera custos adicionais à produção e evidencia a perda de competitividade, com o aumento nos tempos das viagens em face às precárias condições das nossas estradas, a maioria com problemas de conservação. Fato, inclusive, responsável por boa parte dos acidentes, que fazem com que muitas vidas se percam. E com vidas não se pode brincar! 

O PIL está estruturado na conectividade dos modais, visando à interligação entre os portos do Norte e do Sul, através de rodovias seguras e duplicadas e do transporte ferroviário e também das hidrovias – muito pouco utilizadas também. Com as concessões, o Brasil tem a oportunidade de corrigir erros históricos e avançar em direção à sonhada e importante competitividade na produção das nossas riquezas. 

E quem vai ditar o ritmo desse enfoque, é justamente a ANTT. Dos quase R$ 200 bilhões a serem captados em investimentos para a logística de transporte, R$ 170 bilhões deverão ser “desembaraçados” por essa agência. Daí nossa preocupação em dotar aquela agência de diretores capazes de dar respostas efetivas e eficientes à grande demanda, ao grande desafio que está colocado. 

Esses novos diretores são, portanto, conhecedores da parcela enorme de responsabilidade que está nas mãos de cada um, para ajudar o Brasil não só a superar esse momento de crise, mas a transformar o Brasil numa nação próspera, rica, desenvolvida e competitiva. 

* WELLINGTON FAGUNDES é senador por Mato Grosso 

 





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Comentários (1)

  • alexandre

    Segunda-Feira, 10 de Agosto de 2015, 09h00
  • carguinhos contra a crise, esse senador me envergonha, ANTT é uma agencia reguladora e como as demais nao prestam bom serviço ao pais, temos o DNIT, ANEEL, ANT que "fiscalizam " a telefonia.é como colocar a raposa pra tomar conta do galinheiro. O governo nao tem dinheiro pra investir, os empresários nao confiam na dilma, os modelos de concessao atual no qual se constrói a praça de pedágio e pagamos pra andar em buracos. papel aceita tudo, é fácil rabiscar números e vender promessas pra ganhar tempo, se passaram 13 anos nao foi feito investimento em logística não vai nessa semana que vai sair. precisamos de mudança de rumos nao de mais promessas, os movimentos sociais querem mais beneficios, os politicos mais cargos e classe media que paga a conta da festa. tão brincando com a nossa cara em arranjos palacianos e nao cortam nem ministerios, nem cargos. Gostei da lucidez de frei Beto mesmo sendo de esquerda reconheceu os erros do PT, quando os politicos nao dão jeito no povo, o povo volta as ruas, para o PT o ideal é continuar o mais do mesmo e barrar a investigação do BNDES. a caixa de pândora, enquanto houver butim há interesses em continuar o status quo.
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