Opinião Quinta-Feira, 08 de Maio de 2014, 08h:24 | Atualizado:

Quinta-Feira, 08 de Maio de 2014, 08h:24 | Atualizado:

Gabriel Novis Neves

Cigarro eletrônico

 

Gabriel Novis Neves

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Gabriel Novis

 

Com certeza a indústria das drogas é uma das maiores e mais lucrativas do planeta, além de ser uma força poderosa. 

Assim que o tabaco foi apontado como um dos maiores vilões da humanidade, o índice do seu consumo caiu significativamente. 

Propagandas maciças bem elaboradas, mostrando os inúmeros danos físicos crescentes provocados em seus usuários, foram fundamentais nesse processo. 

No Brasil estima-se em 30% essa queda. 

Mas, atentos a esse mercado tão lucrativo, apesar de maléfico, logo começaram a aparecer no mundo os chamados cigarros eletrônicos - e-cigs. 

Logo tidos como menos agressivos pelo mundo afora, imediatamente se transformaram em moda aqui também, como era de se esperar. 

Não é, entretanto, o que a ciência vem comprovando. Estudos recentes mostram que se trata de uma estratégia industrial, já que os e-cigs têm se mostrado tão  tóxicos quanto os tradicionais, e até com possibilidade  de piora do quadro de alguns fumantes.  

De tal forma que  a OMS (Organização Mundial de Saúde) está cogitando tomar medidas para aumentar os impostos e para restringir a propaganda dos e-cigs. 

Basicamente, um dispositivo lembrando o modelo tradicional, esquenta um líquido que pode não conter nicotina, produzindo assim o vapor, tão ansiosamente tragado  pelos viciados na droga.

Segundo estudos americanos  da publicação médica “Jama Pediatrics”, o uso do aparelho pode até atrapalhar  os dependentes da nicotina. 

Novecentos e quarenta e nove fumantes dos cigarros eletrônicos foram observados durante um ano.  Desses, apenas 10.2% conseguiram deixar o vício. O índice entre os que não usaram o dispositivo foi bem maior, chegando a 13.8%. 

Nessa luta contra  a droga ficou provada que são fundamentais inúmeros outros fatores, tais como, biológicos, sociais e, principalmente, psicológicos. 

No Brasil, a comercialização dos e-cigs está proibida, o que não impede que usuários tentem buscá-lo no exterior. 

Com os bilhões de dólares que permeiam o circuito das drogas, é difícil de acreditar no fracasso das inovações nesse mundo. 

A humanidade, sedenta de muletas emocionais, absorve  facilmente tudo que a livre do tédio e do desencanto que a domina. 

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT

 





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