Você já parou para pensar o que realmente faz alguém se destacar, seja na vida pessoal ou profissional? A resposta, embora envolva muitos fatores, se concentra em um modelo simples e inspirador: o tripé CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Imagine um banco com três pernas: para ele ficar firme e útil, todas as pernas precisam estar presentes e bem fixadas. Da mesma forma, a verdadeira capacidade de uma pessoa se constrói sobre a força e o equilíbrio desses três pilares essenciais.
No mundo da administração, grandes autores como Idalberto Chiavenato explicam que a competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (o famoso CHA) que uma pessoa tem e usa no seu trabalho, gerando resultados melhores. Essa ideia nos leva a pensar que não basta apenas aprender coisas novas (conhecimento) ou desenvolver técnicas (habilidades). É fundamental reconhecer a força da atitude, a vontade de fazer acontecer, que impulsiona a aplicação eficaz dos outros dois elementos.
O Conhecimento é a base teórica e prática, o "saber o que fazer". É tudo aquilo que aprendemos estudando em cursos, faculdades, especializações, lendo livros, participando de treinamentos e vivenciando experiências formais. É como se fosse a nossa bagagem de informações, que nos ajuda a entender o mundo e a encontrar as melhores maneiras de lidar com cada situação.
A Habilidade, por sua vez, é a capacidade de colocar esse conhecimento em prática, o "saber fazer". Ela se desenvolve com a prática constante, repetindo as tarefas e vivendo situações reais que exigem que usemos o que aprendemos. Desenvolver habilidades é transformar a teoria em ação, melhorando a nossa capacidade de entregar resultados de qualidade. Peter Drucker, um dos maiores pensadores da administração, disse: "conhecimento tem que ser melhorado, desafiado e aumentado constantemente, ou desaparece". A habilidade é o motor que faz esse conhecimento funcionar e se tornar útil. No entanto, mesmo que uma pessoa tenha muito conhecimento e ótimas habilidades, se lhe faltar uma Atitude positiva e proativa, todo o seu potencial pode ser desperdiçado.
A atitude é o "querer fazer", aquela energia interior que nos leva a ter iniciativa, a ser responsáveis, a nos comprometer com o que fazemos e a agir de forma ética. É a nossa disposição que transforma o "saber" e o "saber fazer" em resultados reais e importantes. Sem uma atitude engajada e focada no sucesso, o conhecimento fica parado e a habilidade não é aproveitada ao máximo.
Pense naquele profissional que fez ótimos cursos (conhecimento) e se dedicou a aprender novas técnicas (habilidade), mas que não demonstra interesse, sempre deixa as coisas para depois, não se responsabiliza pelos seus erros ou não segue os valores da organização. Por mais que ele pareça competente no papel, a falta de uma atitude adequada prejudica o seu trabalho e dificulta que ele seja visto como um talento completo.
Por outro lado, imagine alguém cheio de energia e com muita vontade de ajudar (atitude), mas que não busca aprender coisas novas ou não se esforça para desenvolver as habilidades necessárias para o seu trabalho. A sua boa intenção, por mais sincera que seja, vai encontrar dificuldades porque lhe faltarão as ferramentas e as técnicas para transformar a sua vontade em resultados de verdade.
A grande lição é que para desenvolver as nossas capacidades, precisamos de equilíbrio. É necessário buscar conhecimento, praticar para desenvolver habilidades e, principalmente, ter uma atitude positiva, proativa e comprometida. Como nos lembra Stephen Covey, autor do livro "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", a proatividade – que faz parte da atitude – nos dá o poder de escolher nossas ações e de construir o nosso futuro.
Portanto, a imagem do tripé CHA não é apenas uma ilustração, mas um chamado para agirmos. Ela nos convida a fortalecer cada uma dessas "pernas" para construirmos uma base sólida para o nosso crescimento pessoal e profissional. Ao investirmos em aprender coisas novas, ao melhorarmos nossas habilidades com a prática e, principalmente, ao cultivarmos uma atitude de compromisso, iniciativa e busca pela excelência, estaremos construindo um futuro cheio de conquistas e realizações.
Que a partir de hoje, possamos dar atenção total ao fortalecimento do nosso tripé CHA, reconhecendo que a verdadeira competência está na união e na força do saber, do fazer e, acima de tudo, do querer fazer bem feito. Essa é a estrutura que nos leva a alcançar o nosso potencial máximo e a deixar uma marca positiva no mundo.
Angelo Silva de Oliveira é controlador interno licenciado da Prefeitura de Rondonópolis/MT, presidente de honra da Associação dos Auditores e Controladores Internos dos Municípios de Mato Grosso (AUDICOM-MT), mestre em Administração Pública (UFMS), especialista em Gestão Pública Municipal (UNEMAT) e em Organização Socioeconômica (UFMT), graduado em Administração (UFMT) e auditor interno NBR ISO 9001:2015.