Opinião Quarta-Feira, 08 de Junho de 2016, 11h:22 | Atualizado:

Quarta-Feira, 08 de Junho de 2016, 11h:22 | Atualizado:

André Barriento

Eu odeio você!

 

André Barriento

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Provavelmente esse título te trouxe até aqui, independentemente de quem seja, da jornalista sagaz ao leitor descompromissado no café da manhã. Talvez, se eu tivesse ressaltado a caridade ou o desenvolvimento profissional, o assunto passaria batido, não é? O ódio salta aos nossos olhos!

O ódio (do inglês 'hate') é uma palavra que machuca. A humanidade, de forma geral, repudia esse sentimento, pois é capaz de causar guerras, mortes e destruição. O que não prestamos a atenção é que o ódio está bem perto de nós, isso quando não nos envolveu.

Nos últimos anos, na pesquisa que faço no mestrado, tenho estudado as redes sociais digitais. Mais do que cumprir uma etapa da pós-graduação na UFMT ou de oferecer ferramentas para empresas e órgãos públicos, tenho mergulhado nesse tema. Uma das coisas que mais me chama a atenção é a existência do 'Hater'. Calma, eu explico. Vai ver que ele está bem perto de você.

De uma forma simplificada, nas redes sociais temos cinco tipos de usuários: os fãs (que curtem você), os indiferentes (que te ignoram), os embaixadores (que te defendem) e os formadores de opinião (que são famosos). Sobram os Haters e esses odeiam tudo.

O Hater geralmente usa perfil falso e expressa a maldade em níveis extremos, seja no racismo, intolerância, nazismo ou em ações maldosas travestidas de militância política ou ideológica. Geralmente, essas pessoas corrompem as boas intenções de movimentos sociais e lutas de classes, fazem com que os sensatos fiquem confusos e outros mal intencionados ganhem desculpa para ataques também maliciosos.

Tenho acompanhado o processo de implantação de redes sociais em órgãos públicos, empresas e figuras públicas em Mato Grosso e o maior temor dos gestores são os Haters. Como se defender do ódio gratuito? Como se esquivar do mal intencionado?

A defesa contra o ódio digital está na presença de amigos fiéis, fãs e embaixadores. A rede social não é um veículo de comunicação, é em um lugar. Nesse espaço devemos estar prontos para dialogar, não simplesmente expressas nossa opinião. Agora eu te pergunto: você teria coragem de entrar num estádio de futebol lotado com a camisa do seu time, no meio da torcida rival pra tentar dialogar que o seu clube é melhor? Seria suicídio!

Uma saída sensata é buscar se posicionar em um lugar melhor nesse enorme espaço chamado rede social. Lá vamos estar com nossos amigos e fãs, pessoas que estão conosco porque querem. Os indiferentes já não nos incomodavam e os Haters vão pensar duas vezes antes de nos atacar.

Para nós, simples usuários que dedicamos parte de nossa existência fugaz nesse mundo para nos entretermos no Facebook, Twitter, Whatsapp ou Instagram, é preciso o esclarecimento de que a verdade tem fronteiras que perpassam o terreno do vizinho e não pode ser adquirida com status, escrituras, diplomas ou dinheiro.

As redes sociais não criaram uma nova sociedade, simplesmente potencializaram o que já tínhamos por aqui. Então, o que ocorre na Internet não é culpa da tecnologia ou de forças místicas do Vale do Silício, é nossa responsabilidade. Temos a ferramenta, bora fazer diferente?

André Barriento

Jornalista, assessor, consultor e pesquisador em comunicação

Nos últimos 20 anos, trabalhou em diversos veículos de comunicação, entre emissoras de TV, Rádio e jornal em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Atualmente é responsável pela comunicação no Ministério Público de Contas de Mato Grosso e cursa mestrado em Comunicação e Mediações Culturais no ECCO/UFMT. Tem um blog onde ensina sobre a Internet e Redes sociais.

 





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Comentários (1)

  • jean Lucas

    Quarta-Feira, 08 de Junho de 2016, 14h49
  • Boa André, na verdade, como ouvi algum dia alguém dizer (rsrsrsrs), com a internet e com as redes sociais nasceram os demais idiotas, dando a eles um incontrolével sentimento de desprezo aos outros...
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