Opinião Terça-Feira, 05 de Novembro de 2024, 11h:00 | Atualizado:

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Victor Humberto Maizman

Impostos e grandes fortunas

 

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Na semana passada a Câmara dos Deputados rejeitou a proposta de lei que pretendia instituir o Imposto sobre as Grandes Fortunas a ser cobrado de quem tem um patrimônio igual ou superior a R$ 10 milhões.Pois bem, de acordo com a vigente Constituição Federal, aprovada em 1988, a União pode instituir impostos sobre grandes fortunas mediante lei complementar.

Desde então, passados 36 anos, diversas propostas foram apresentadas, porém não houve consenso no Congresso Nacional para a instituição do referido tributo.O Imposto sobre Grandes Fortunas é o único imposto que está previsto na Constituição, mas ainda não foi instituído.

Diversos países da Europa, e alguns da América Latina e Ásia, já tiveram experiência com tributação sobre fortunas, a maioria a partir dos anos 1980.Porém, opositores à tese da tributação sobre grandes fortunas entendem que tal tributação promoverá um desestímulo à formação de patrimônio, bem como estimulará os detentores de fortunas a movimentá-las para países cuja tributação seja mais branda.

Portanto, os contrários à tributação sobre heranças e riqueza argumentam que há um desincentivo à formação de poupança entre as gerações e um incentivo à mobilidade de capitais para locais onde há menor tributação. Em regra, no Brasil, já se tributa a renda, o patrimônio móvel e imóvel, a herança e as doações.

Nesse sentido, defendem alguns que instituição de um tributo também sobre as fortunas, em verdade, representa uma nova tributação sobre as mesmas bases de cálculo de outros impostos, já que o fato gerador “grandes fortunas” se compõe de todos estes ativos.

Em que pese o Imposto sobre Grandes Fortunas possa ter potencial para redistribuição de riquezas, não é certo que sua eventual instituição vá resultar em desonerações de outros tributos, promovendo verdadeiramente, ainda que em alguma medida, ideais de justiça fiscal.

É fato notório que tradicionalmente, o Estado brasileiro eleva suas despesas à medida que a receita aumenta, portanto, não se trata de um problema típico de arrecadação. Desse modo, a simples elevação da tributação não é solução do problema fiscal brasileiro, devendo sim, antes de tratar sobre a majoração da carga tributária, fazer uma ampla discussão sobre a redução das despesas públicas.

Victor Humberto Maizman é advogado e Consultor Jurídico Tributário, Professor em Direito Tributário, ex-Membro do Conselho de Contribuintes do Estado de Mato Grosso e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal/CARF





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Comentários (1)

  • Carlos Nunes

    Quinta-Feira, 07 de Novembro de 2024, 06h35
  • Pois é, o pacote de bondades da Esquerda custa caro. Como os Governos não produzem nada...Todo Dinheiro É NOSSO - fruto do Nosso Trabalho & Pagamento de Impostos...Os Governantes ficam loucos pra dar uma mordida no Dinheiro dos outros. Isso não deu certo em nenhum lugar do mundo. Na Venezuela tio CHÁVEZ e tio MADURO fizeram isso...taxaram os ricos, uai. Quem são esses ricos? Banqueiros, Investidores, Empreendedores, Grandes Empresários, etc. O que aconteceu na Venezuela? Fuga de Capitais maçiça...Afugentou todos os Investidores...Resultado: o Regime Socialista/COMUNISTA teve que dividir foi a miséria, pois o Capital que é bom MINGOU, SUMIU. Milhões de venezuelanos tiveram que fugir do Regime e da Fome. O mal do Comunismo é querer continuar dando o peixe eternamente, pra manter o povo dependente do Governo...Ensinar a pescar, pra que o povo fique independente...nem pensar. Tio Lula & tia Dilma ficaram no Poder mais de 14 anos...tá tendo mais 4 anos do tio Lula. O que se vê é que tio Lula faz hoje o mesmo discurso do passado. Não mudou nada. Ora, se não fizeram em mais de 14 anos, farão agora? Praticamente só sobra 2 anos desse atual Governo...2026 é ano eleitoral. Não farão nada ou farão pouca coisa porque não há mais tempo. Não se pode afugentar os ricos, pois são eles que trazem o Capital pra investir no Brasil e gerar riquezas, empregos, etc.
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