Opinião Quinta-Feira, 05 de Outubro de 2023, 06h:00 | Atualizado:

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Renato Gomes Nery

Incidente em Antares

 

Renato Gomes Nery

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Este é o título do livro que li pela primeira vez quando era muito jovem e não tinha a dimensão e a profundidade com que vejo as coisas, hoje, no outono da vida. O meu retorno à releitura, deste livro (49ª - Editora Globo/1971), deu-se quando discorri, aqui nesta coluna, sobre o realismo fantástico na América Latina. Tinha esmaecido em mim a genialidade do seu autor, pois conheço praticamente toda obra e que sempre foi um dos meus escritores favoritos: Érico Veríssimo. 

Ressalto, sempre que posso, para ilustrar, nestes tempos de autoafirmação feminina, a obra de Érico Veríssimo que olhava com desdém para a vaidade e a estupidez masculina, mas com carinho para suas heroínas, fortes e corajosas, como: Clarissa, Bibiana, Fernanda, Olívia e Ana Terra que, após um incidente estupido, onde o seu pai e irmãos mataram o pai de seu filho – tornou-se parteira - e, toda vez que nascia uma menina, ela dizia: nasce mais uma escrava.  

Antares – que se chamava Povinho da Caveira - não é a terra das antas, mas uma estrela maior que o sol da Constelação Escorpião – “que no Hemisfério Austral começa a aparecer no horizonte, a Leste, depois do dia 15 de abril”, como acentua o autor do livro. É neste lugar fictício, concebido pelo autor, para narrar o incidente auspicioso e insólito que ocorreria, no dia 13.12.1963 (sexta-feira).  O tema é muito interessante que, nas mãos de um genial escritor, virou uma obra prima. Para dar a dimensão do que iria acontecer e aconteceu, o Padre Gerônimo disse: “que aquilo era o começo do Juízo Final”.  Um cético gaiato afirmou: “A troco do que Deus havia de começar o Juízo Final logo neste cafundó onde o Judas perdeu as botas”.

O certo é que o lugar chamado Antares – dominado, por duas famílias de estanceiros -   sempre foi palco de coisas muito estranhas. Para não aguçar mais a curiosidade do leitor, vou terminar este texto, como o autor propõe no livro:

“Bem, mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro de maneira tão sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia mais clara do palco, do cenário e principalmente das personagens principais, como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais de espécie humana”.

Depois de aguçada a sua curiosidade, meu caro leitor, sugiro que você leia o livro e descubra o maior segredo de Antares e os seus desdobramentos. Se você, não o fizer, eu prometo, após a sua releitura, a escrever outro texto chamado: O que aconteceu em Antares!

De qualquer forma fica aqui a minha sugestão para que você mergulhe no magnifico universo de Érico Veríssimo.  Para tanto, estou enumerando algumas de suas obras: O Resto é Silêncio, O tempo e o Vento – o Continente, Saga, a Noite, Olhai os Lírios do Campo e o seu magnífico livro de memorias: Solo de Clarineta. 

Renato Gomes Nery





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