Opinião Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 13h:31 | Atualizado:

Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 13h:31 | Atualizado:

Emilene Nunes

Mato Grosso é terra de mulheres em risco. Até quando?

 

Emilene Nunes

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Emilene Nunes de Souza

 

Os números de violência contra a mulher em nosso estado continuam alarmantes. Dados recentes mostram 34 feminicídios registrados apenas no primeiro semestre de 2025, superando em 31,57% os registros do mesmo período em 2024, quando foram contabilizadas 26 vidas perdidas. Na maioria esmagadora dos casos, o agressor era o companheiro ou ex-companheiro – alguém que deveria representar proteção, mas se tornou uma maior ameaça.

São vidas interrompidas, filhos sem mães e famílias destruídas que nos lembram diariamente da urgência deste problema. Enquanto isso, persiste um dos aspectos mais graves dessa realidade: a criminalização de mulheres que reagem à violência. Após anos de agressões, muitas ainda são punidas pelo sistema ao tentar se defender, numa ocorrência evidente da justiça que precisamos reforçar com urgência.

Neste contexto preocupante, voltamos nossos olhos para as mulheres trabalhadoras, especialmente para os servidores públicos estaduais – que enfrentam uma dupla vulnerabilidade. Enquanto os celetistas já contam com mecanismos de proteção desde 2022 através da Lei 14.457/22, os servidores – que dedicam suas vidas ao serviço público – permanecem desamparados quando sofrem violência doméstica. Essa lacuna na legislação é inaceitável e precisa ser sanada imediatamente.

A recente proposta da Lei Emiliane Silva, em análise na Assembleia, busca corrigir essa injustiça, assegurando às vítimas de violência o direito ao afastamento sem prejuízos. É inaceitável que quem serve ao Estado fique desprotegido por ele quando mais precisa.

Cidades como Cáceres, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Sinop lideraram os índices de feminicídio em Mato Grosso, mostrando que a violência não escolhe região.

Estamos falando de vidas. De exigirmos mais. De protegermos melhor. Porque cada vida perdida é uma falha coletiva. Por trás de cada número há um nome, uma história. Precisamos de ações concretas, de políticas que realmente protegemos e de leis que defendemos.

Emilene Nunes, diretora de Atividade Social e da Saúde do SINDSPPEN-MT





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Comentários (2)

  • Observador

    Sexta-Feira, 11 de Julho de 2025, 01h24
  • Precisa criar uma política pública educacional onde desde meninos os futuros homens fossem ensinados a respeitar os direitos, o corpo e a vida das mulheres. Não sou pesquisador sobre o tema feminicîdio, no entanto vejo um componente muito presente nesse tipo de delito: são crimes cometidos em função de emoções com que os homens não sabem lidar. É o sentimento de posse, é o ciúme, é a covardia, é a não aceitação da autonomia das mulheres que querem terminar um relacionamento. Então, penso que dentro dessa política educacional devemos formar os homens para que tenham respostas diferentes quando contrariados em suas vontades, em resumo, saberem lidar com as suas emoções. Pois acho que os feminicidas, tomados por essas emoções nefastas até se esquecem que vão para a cadeia pelo crime que cometeram. Então, punir é muito importante mas prevenir é muito mais relevante. Espero ter contribuído para o debate de idéias pois realmente o que está acontecendo é um massacre contra as mulheres.
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  • Direitos Humanos

    Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 13h49
  • OITENTA MIL HOMENS SÃO MORTOS TODOS OS ANOS. Menos de 2 mil mulheres. Fim. Homem morrer é normal, Emilene? 79 mil homens mortos a mais e você vem escrever de mulheres mortas: tu não acha que está meio LOBOTOMIZADA não? Eu vou repetir, Emilene: 79 MIL HOMENS MORREM A MAIS todos os anos e você vem falar de mulher morta? Tá de brincadeira com a inteligência alheia... Só pode mesmo.
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