O ano de 2104 marca aniversário de quatro momentos marcantes para o país. São 20 anos do plano real que acabou com a inflação e fez com que os governos seguintes não mudassem a regra e, com isso, transformou a vida deste país. Já temos a geração dos “sem inflação” onde aquela máquina de etiquetar sumiu do mapa.

Só mesmo quem viveu momentos de preços galopantes sabe o que era viver num cenário de descontrole total. Tempos em que um par de óculos custava mais que uma geladeira e voltar do exterior com 10 mil dólares era uma fortuna cobiçada. Eram tempos em que vivíamos sem noção, sem ter um parâmetro. Comprar um carro importado por 20 mil dólares era a consagração.

Eu me lembro de um amigo que ganhava mil e quinhentos dólares, um salário milionário para a época. Hoje, com a inflação domada, podemos fazer uma coisa que era só sonho – planejar compras e principalmente dívidas.

Neste ano, também comemoramos o tetracampeonato, que veio junto com o plano real, uma satisfação em dobro. Desde a decepção da Copa da Espanha, 12 anos antes, o Brasil não chegava tão confiante. Mais – ganhávamos o tetracampeonato, um título que país algum havia conquistado. É claro que oito anos depois chegamos ao penta, mas o tetra foi bem mais comemorado.

Um pouco mais velho – 30 anos – é o tempo das Diretas Já, com o então deputado federal Dante de Oliveira com uma emenda que levava seu nome, o Brasil não teve eleições diretas para presidente. Foi no dia 25 de abril de 1984 que o grande nome do radio brasileiro – o locutor Ferreira Martins fechava o radiojornal “Primeira Hora”, com a seguinte manchete. “O Brasil amanhece sem as Diretas Já”, deixando passar a tristeza de toda equipe da Radio Bandeirantes.

A emoção maior veio do repórter Carlos Rodrigues que chorou ao vivo, a voz dele não saia, tamanha era a tristeza ao falar da emenda que tinha sido rejeitada no Congresso Nacional. Momento histórico do radio.

Por último, completa 50 anos o golpe militar de 1964, que também virou esse país de cabeça para baixo. Também conhecido como “revolução de 64”, foi um período de 21 anos que deixou marcas em todos os setores do país. Algumas indeléveis.

ADILSON ROSA é jornalista em Mato Grosso