Opinião Sábado, 22 de Agosto de 2015, 11h:22 | Atualizado:

Sábado, 22 de Agosto de 2015, 11h:22 | Atualizado:

Eduardo Mahon

O que Mato Grosso pode oferecer ao Brasil?

 

Eduardo Mahon

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A plataforma do PSDB foi desconstruída pela ideologia petista que, há mais de 10 anos, promove inconsistentes comparações financeiras para desacreditar o governo reformista de Fernando Henrique Cardoso. Demonizado como elitista, em favor de uma nova proposta populista e consumista, o ex-presidente resistiu com serenidade às investidas que pretenderam demolir a imagem do homem público de estatura suficiente para acabar com a inflação responsável por comprometer o crescimento nacional. A desmemória popular fez esquecer não só a revolução na gestão nacional, como o desprezo petista pela Constituição de 1988 e pelo Plano Real, dois fundamentos democráticos que sofreram forte oposição petista. Em Mato Grosso, a figura emblemática de Dante Martins de Oliveira, o mato-grossense com maior projeção popular desde Cândido Mariano da Silva Rondon, foi sistematicamente atacada pela mesma lógica petista: privatista, elitista e financista, uma injustiça histórica pronta a ser reparada. 

A renovação na população eleitora fez com que algumas reformas fossem solenemente esquecidas. Uma parcela ínfima da juventude que cresceu sob a sombra de um Brasil irreal não sabe o que era o drama familiar em pleno supermercado, vendo o salário perdido na corrida da remarcação. A taxa de juros acumulados em 1990 foi de 1.782,9%; em 1991, foi de 1.476,56%; em 1992, foi de 480,2%; em 1993, foi de 1158%; em 1994, foi de 2.760,6%. Somente no ano de 1995, durante o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, é que a inflação foi finalmente controlada, batendo na casa de 14,7%, 9,3% no ano seguinte e, depois, percebeu-se um decréscimo até a margem de 1,7% no ano de 1998. A ênfase nas conquistas posteriores é covarde: como haveria o crescimento sem as reservas vindas da estabilização? 

Outro elemento basilar para o desenvolvimento nacional foi resolver a crise energética. O governo Dante Martins de Oliveira lançou raízes para que o Estado de Mato Grosso, então deficitário no setor, não só equilibrasse a oferta com a demanda, como exportasse energia para outras unidades federadas. A única lembrança sobre o tema, no curso da governança tucana, é o apagão em função das margens mínimas de água, fenômeno parecido com o que ocorre atualmente. A sazonalidade pluviométrica só comprova que o Brasil não tem planejamento a longo prazo para estabelecer reservas adequadas de água potável, o que não é um problema exclusivo de governo do PSDB ou do PT. Lembremos, também, o atraso brasileiro em termos de tecnologia de comunicação, até que o governo FHC resolve ofertar o serviço às empresas particulares nacionais e internacionais, promovendo uma das maiores revoluções em comunicação de massa em oito anos. 

Foi muito triste para os mato-grossenses sentir a desconstrução da figura icônica de Dante Martins de Oliveira. Perdemos uma referência em liderança, em nome do reformismo inconsistente do petismo e do discurso de eficiência do setor do agronegócio. Arrogantes, imaginaram que iriam inventar a roda, cercando-se de burocratas pouco afetos ao jogo democrático, gerando deformações no segundo e terceiro escalão que até hoje rendem as manchetes nas colunas policiais. A lógica mato-grossense do consenso e do diálogo cedeu espaço ao “faço porque posso”, típico dos novos ricos de botina. O fato de que a exportação brasileira está calcada na produção agrícola fez crer na legitimidade natural do setor no domínio político do cenário regional, o que é um erro de perspectiva e de palco para os megaempresários que pretendiam uma mudança no curto prazo (que acabou não vindo nem mesmo no governo deles mesmos). 

O petismo frustrou o Brasil. Da pior maneira. Navegando em céu de brigadeiro, sem passar por crises internacionais, com bases econômicas sólidas, feitas as reformas estatais e sob a Lei de Responsabilidade Fiscal, os petistas abriram mão dos investimentos indispensáveis em infraestrutura em favor do consumo, distribuindo renda de forma fictícia. A sensação de poder de compra que perdurou por muitos anos, retirando da pobreza milhões de brasileiros pela força da subvenção direta, distorceu gravemente os modelos de assistência social de Dona Ruth Cardoso. Essa bolha formada pelo crédito iria explodir em algum momento, considerando ainda os lançamentos falsos do governo petista, baseados no futuro e incerto crescimento de receita. 

Pior do que não avançar, é retroceder. O PT perde legitimidade popular, não pela ação da oposição (que foi muito mais equilibrada do que a sofrida), e sim pela verdade desnudada ao povo da pior forma – acabou o crédito, a festa do câmbio desvalorizado e o sonho do dinheiro fácil. Esse desgaste nacional que só se experimentou com Collor propicia enxergarmos o passado na perspectiva correta. O que subsiste é o crescimento autossustentável, com aporte em infraestrutura, controle financeiro, responsabilidade fiscal, estímulo à exportação, câmbio livre, contenção da bolha previdenciária e monitoramento da industrialização nacional. Quem sabe Mato Grosso apresente ao Brasil mais do que gado, soja, milho e algodão... Talvez possamos criar um modelo que una os valores de um Estado pujante às lideranças rejuvenescidas e mais responsáveis. 

* EDUARDO MAHON é advogado 





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Comentários (6)

  • s?rgio

    Segunda-Feira, 24 de Agosto de 2015, 08h48
  • OS TRÊS PATÉTICOS Isolada de sua base histórica, a banca e o empresariado, à tropa do impeachment só resta a debandada Aécio Neves, Gilmar Mendes e Eduardo Cunha atuam como protagonistas de uma causa falida. Mesmo assim, não perdem uma oportunidade de expor em público sua estreiteza de horizontes. São golpistas declarados. Não importa a lógica, a política, a dialética ou mesmo o senso comum. Suas biografias, já não propriamente admiráveis, dissolvem-se a jato a cada movimento realizado para derrubar um governo eleito. Presidente do PSDB, o senador mineiro-carioca pouco se incomoda com o ridículo de suas atitudes. Aécio sempre defendeu um programa de arrocho contra os pobres. Gabou-se da coragem de adotar medidas impopulares para “consertar o Brasil”. Agora sobe em trios elétricos como porta-voz do povo. Critica medidas de ajuste, jura pensar no Brasil e usa qualquer artimanha com uma única finalidade: isolar a presidente. Convoca sabujos para atacar um jornalista que revelou o escândalo do aeroporto construído para atender a ele e à própria família. Maiores informações na página A3 desta Folha publicada ontem (23/08). Seu ajudante de ordens, ou vice-versa, é o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Sintoma da fragilidade do equilíbrio de poderes vigente no Brasil, Mendes emite toda sorte de opiniões fora de autos. Muda de ideia conforme as conveniências. De tão tendencioso e parcial, seu comportamento público seria suficiente para impugná-lo como síndico de prédio. Na democracia à brasileira, pontifica como jurista na mais alta corte do país. Quem quiser que leve a sério. Mendes endossou as contas da campanha da presidente eleita alguns meses atrás. Coisas do passado. Esqueçam o que ele votou. De repente, detectou problemas insanáveis na mesma contabilidade e ruge ameaçadoramente contra o que ele mesmo aprovou. No meio tempo, acusa o Planalto de comandar um sindicato de ladrões financiado por empreiteiras envolvidas na roubalheira da Petrobras. Bem, mas as mesmas empresas financiaram a campanha dos outros partidos. O que fazer? Vale lembrar: Mendes até hoje trava o julgamento favorável à proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas. Seu pedido de vistas escancara um escândalo jurídico, legal e moral que o STF finge não existir. Ora, isso não vem ao caso, socorreria o juiz paladino Sergio Moro. E aí aparece Eduardo Cunha, o peemedebista dirigente da Câmara. Terceiro na linha de sucessão presidencial, Cunha encenava comandar um exército invencível. Primeiro humilhou o Planalto na eleição para o comando da Casa. Depois, passou a manobrar o regimento para aprovar o que interessa a aliados nem sempre expostos. Tentou ainda se credenciar como alternativa golpista. Curto circuito total. Pego numa mentira de pelo menos 5 milhões de dólares, a acreditar no procurador geral, Cunha atualmente circula como um zumbi rogando piedade de parlamentares muito mais interessados em salvar a própria pele. Cambaleante, o trio parece ter recebido a pá de cal com os pronunciamentos dos verdadeiros comandantes da nossa democracia. O mais recente veio do chefe do maior banco privado do país, Roberto Setubal. Presidente do Itaú Unibanco, Setubal afirmou com todas as letras não haver motivos para tirar Dilma do cargo. Tipo ruim com ela, pior sem ela “”que o digam os lucros pornográficos auferidos pela turma financeira. Sem a banca por trás, abandonada pelo pessoal do dinheiro grosso e encrencada em acusações lançadas contra os adversários, à troupe do impeachment não resta muito mais que baixar o pano. E esses são os ídolos dos coxinhas acéfalos! Sem comentários!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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  • s?rgio

    Segunda-Feira, 24 de Agosto de 2015, 08h39
  • Pois é doutor, os 2 textos ai embaixo desmentem o seu artigo! 54 milhões de Brasileiros sabem a verdade! 51 milhões ainda são ludibriados por textos assim como o seu. Portanto a maioria votou na Dilma e vai continuar votando no PT! A esquerda é politizada a direita é manipulada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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  • s?rgio

    Domingo, 23 de Agosto de 2015, 22h22
  • O mito da estabilidade no governo FHC Efeméride convocada no Senado na semana passada comemorou o aniversário do Plano Real. Um importante plano que debelou a hiperinflação, mas que abriu também caminho para implantação plena às chamadas políticas neoliberais de abertura e desregulamentação. Entretanto, o Plano não trouxe estabilidade monetária e financeira para o país, como muitas vezes se divulga. O país entregue ao governo Lula, em 2003, foi um país em situação de instabilidade cambial crônica, inflação em alta, sem crédito externo e sem reservas próprias de divisas. O país entregue ao governo Lula, em 2003, foi um país em situação de instabilidade cambial crônica, inflação em alta, sem crédito externo e sem reservas próprias de divisas. O Plano trouxe, juntamente com as políticas neoliberais, elevados custos relativos à estagnação econômica, bem como os relativos ao endividamento público. Na homenagem do Senado os oradores tentaram sucessivamente vincular o sucesso do Real ao próprio governo FHC e suas políticas neoliberais. Nessa tentativa, os oito anos de FHC, no pós-Real foi “reinventado” como um período de estabilidade monetária e financeira para o país. Vejamos como o exame das variáveis de taxa de inflação, taxa cambial e taxa de juros mostram como os governos FHC não trouxeram nenhuma estabilidade à economia, nem mesmo a monetária. Restabelecendo a história: a continuidade da instabilidade monetária pós-Real Comecemos pela suposta estabilidade monetária. O que se alega é que o Plano Real, além de eliminar a hiperinflação, criou uma moeda de valor estável, o que já se revelou nos oito anos dos governos FHC. Primeiro vejamos como o Plano Real funcionou. A ideia do Plano na verdade nada teve de original: depois de alinhar os preços com a URV (unidade referencial de valor, essa sim uma boa ideia), apenas atrelou a nova moeda, o real, ao dólar, praticamente ao par (um por um). Com isso houve uma súbita valorização da nova moeda, tornando os bens importados ainda mais baratos. O custo da manobra, no entanto, foi a imediata supervalorização da moeda, acompanhada por uma elevação das taxa de juros a níveis estratosféricos (na virada de 1994/95 chegou a 60% ao ano) para atrair dólares. No entanto, a taxa de inflação pós-real se manteve longe da estabilidade. Em 1995, a taxa foi de 22%, e continuou variando 9% ao ano, em média, até 2002. No primeiro governo, a inflação já tinha acumulado 43%. Somando os dois governos, o acumulado chegou a 100%. E pior, ao acabar o período, em 2002, a taxa tinha voltado a uma inflação de dois dígitos, marcando 12,5% e subindo. Só para comparar, o acumulado de oito anos de Lula foi de 56% e os quatro de Dilma chegaram a 27%. Essas elevadas taxas de inflação prejudicaram a estabilidade cambial, desafiando até a incrível taxa de juros real adotada, que terminou gerando apenas riqueza financeira para os mais riscos e reduzindo o investimento produtivo. Restabelecendo a história: instabilidade e colapso cambial Analisemos agora o comportamento da taxa de câmbio. Ela afeta ao mesmo tempo a moeda, o crédito e o nível de atividade econômica. E, nas economias periféricas, é uma variável que é capaz de levar um país à bancarrota. Com o real atrelado ao dólar, a taxa cambial iniciou 1995 em R$ 0,84 o dólar, uma taxa muito valorizada, como já vimos, para deter a hiperinflação. Mas junto com os preços das importações, também caiu a produção interna e abriu-se um déficit crescente nas contas externas. Essas contradições do Plano Real impediram a manutenção estável do câmbio, que foi sendo desvalorizado continuamente até já ter perdido 43% de seu valor até 1998. Como a taxa inflacionária manteve-se maior que a desvalorização do câmbio, o governo acabou por não conseguir controlar nem o câmbio, nem o déficit externo e nem o fluxo especulativo de dólares atraído pelos juros estratosféricos. E sobreveio a debacle. Em janeiro de 1999, o Brasil quebrou pela primeira vez na mão de FHC. As reservas em dólares se evaporaram e o real se desvalorizou, com sua taxa chegando até quatro reais por dólar. Sumiram os dólares, ficamos sem crédito externo para manter as importações, mas as dívidas cresceram. O país só saiu da bancarrota graças a empréstimos do governo americano e outros apoiados pelo FMI. A maxidesvalorização em 1999 acabou por atingir 40%. O governo brasileiro e sua moeda não tinham mais confiança externa. Muito longe já estávamos de qualquer estabilidade monetária e financeira. Porém, um novo desastre já estava a caminho. A economia estagnada, uma moeda nacional com valor instável, sempre com tendência de queda, e baixo nível de reservas tornaram o Brasil outra vez alvo fácil da especulação cambial. A partir de maio de 2002, sobreveio novo ataque especulativo contra o real. E o Brasil quebrou pela segunda vez na mão de FHC. De novo, nossa moeda se desvalorizou fortemente, chegando a mais de três reais o dólar. Ficamos mais uma vez sem dólares e sem crédito externo. Outra vez o governo FHC e o Banco Central perderam o controle monetário e cambial. A salvação veio com o FMI: outro financiamento de emergência foi arranjado, muito maior que o de 1999. Mas dessa vez ele veio o junto a exigência de monitoramento trimestral, tendo em vista o descrédito da economia e do governo. A incrível taxa de juros estratosférica Por fim temos a variável da taxa de juros. Foi exatamente nos primeiros anos do Plano Real que nossa economia se consolidou como a campeã mundial de taxas de juros reais elevadas e perenes. Passamos a ser a economia bizarramente mais juros-dependente do mundo. Uma rara anomalia que bem longe está de qualquer definição de estabilidade financeira. A parte mais pesada da herança deixada ao Brasil pelas políticas neoliberais de FHC. As taxa Selic que iniciou 1995 a 60% ao ano, só caiu abaixo de 40% em 1998. E abaixo de 30% ao ano em meados de 1999. Em apenas dois anos os credores da dívida pública federal dobraram seu investimento, e em quatro anos o quintuplicaram. O total da dívida pública líquida se multiplicou durante oito anos, saindo de apenas 37% do PIB, em 1994, para mais 60% em 2002. Nunca um país viu sua dívida pública subir dessa forma em tempos de paz. A conjunção de elevadas taxa reais de juros, instabilidade econômica e vasta fraude bancária detonou, em 1997, a maior crise bancária do século 20. Neste ano, três dos dez maiores bancos do país quebraram (Banco Nacional, Mercantil de Minas e Bamerindus). O que desencadeou também o maior resgate público de investimentos privados depositados já visto no Brasil. Uma realidade bem infeliz O país entregue ao governo Lula, em 2003, foi um país em situação de instabilidade cambial crônica, inflação em alta, sem crédito externo e sem reservas próprias de divisas. Os números desagradáveis aqui expostos contam uma história bem diferente da inventada “estabilidade monetária e financeira” trazida pelo Plano Real e vivida durante os governos FHC. Esses números são facilmente acessíveis em sites como Ipeadata, Banco Central e IBGE. Não são nem nunca foram secretos. Qualquer um pode obtê-los. Transformar essa verdade de oito anos de instabilidade monetária, colapsos cambiais e bancarrotas nacionais em uma rósea paisagem de estabilidade parece ir bem mais longe do que uma reinvenção da história, beira mais a simples fraude.
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  • s?rgio

    Sábado, 22 de Agosto de 2015, 23h46
  • Tá de brincadeira em Doutor! então quer dizer que o PT é elitista e privativista, de novo tá de brincadeira em Doutor! Você acha que todo mundo que lê este artigo é idiota! Ou acha que todos assistem a globo e leiam a veja ? Quem ficou conhecido mundialmente como elitista e recebeu o apelido de o "Príncipe da Privataria" foi Fernando Henrique Cardoso o homem que não existe na vida real só existe para o PIG ( partido da imprensa Golpista ) Como diria PHA ele é um personagem da zoologia fantástica do Jorge Luís Borges e se materializa 783 vezes por semana nas páginas do PIG e em suas crias ( Gilmar Mendes ). O governo de FHC foi tão bom, tão bom que elegeu LULA!!! Tem um texto de um amigo meu que resume o que a maioria do povo Brasileiro não sabe, a tragédia que foi o governo do " Príncipe da Privataria " " As mentiras de Fernando Henrique Cardoso" Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e ex-“príncipe dos sociólogos”, tem uma qualidade rara: é uma espécie de rei Midas ao contrário. Ele se esforça por polir sua biografia no esforço vaidoso de figurar bem na história. Mas, quanto mais se empenha, mais opaca sua imagem fica! Ele, que se tornou “príncipe da privataria” depois das privatizações promovidas por seu governo, figura entre os piores presidentes da República (talvez o pior) na avaliação popular e tenta, a todo custo, desqualificar a imagem de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva que, sem titulação acadêmica, ostenta a avaliação popular de melhor presidente da história do país. Em seu mais recente rompante FHC teve a deselegância (cara-de-pau, melhor dito) de exigir a renúncia da presidenta Dilma Rousseff. Seria um gesto de “grandeza”, disse ele no início desta semana, pois seu governo seria, na opinião do expoente da direita neoliberal, “ilegítimo”. E pregou (claro!) a abreviação de seu mandato constitucional. Neste ambiente em que a memória histórica tem sido abreviada (desde que a luta de classes voltou abertamente às ruas a partir de junho de 2013) muitas pessoas se esqueceram do que era a vida dos brasileiros há 13 anos, até o ano de 2002, e das mentiras, corrupção e fraudes que mantiveram os tucanos no poder entre 1995 e 2002. Na eleição de 1998, FHC recebeu o que havia “comprado” antes, sua reeleição, mudança constitucional adotada depois de num dos piores casos de corrupção política envolvendo o presidente da República e parlamentares corruptos que receberam dinheiro para votar pela adoção da reeleição. Mesmo assim a reeleição não foi fácil e FHC teve 53% dos votos. A campanha eleitoral assistiu a um dos maiores festivais de mentiras promovidos por um candidato à reeleição. A maior delas foi a garantia dada aos eleitores por FHC (que dizia "ou eu ou o caos”!) de que o governo não mexeria no câmbio e manteria a taxa do dólar vigente durante praticamente todo seu primeiro mandato. Alcançado o objetivo da mentira, a reeleição de FHC, a máscara caiu rapidamente. O país soube, assombrado, que a manutenção da taxa do dólar (que foi de R$ 1,12 durante praticamente todo ano de 1998) havia custado quase todas as reservas externas que o Brasil acumulara, e o país estava agora de “pires na mão”. Pior principalmente para empresas que, até então, confiaram no governo e contraíram dívidas em dólar. A mentira de FHC revelou-se, afinal, e seu governo mexeu no câmbio. Abandonou o fixo e adotou o câmbio flutuante; o valor do dólar pulou, em poucas semanas, dos R$ 1,12 para R$ 2,11 em março de 1999, e chegou a R$ 3,82 em outubro de 2002. De repente, cada US$ 1 mil de dívida das empresas passou para US$ 2.110,00, e para os insustentáveis US$ 3.820,00 no final do mandato do tucano que se pretende sabidão e campeão da ética e da moral. E campeão da competência. E ninguém pode atribuir aquelas decisões econômicas de FHC à incompetência do presidente ou seus auxiliares. É pior. Foram decisões que decorriam do programa neoliberal de FHC e das fidelidades de classe, nacionais e internacionais, que aquele programa pressupõe. Os dois mandatos de FHC foram períodos nos quais a nata da especulação financeira controlou a presidência da República e impôs ao país o programa de privatizações, desmonte do Estado e ataques aos direitos sociais e políticos dos trabalhadores e do povo, e à soberania nacional. Tudo isso precisa ser lembrado, entre os desmandos dos governos de FHC, para que se possa pôr em seu lugar as afirmações recentes do ex-presidente e atual líder golpista antidemocrático. FHC tema cara-de-pau de propor que a sonhada (pela direita) renúncia da presidenta Dilma Rousseff seria um gesto de “grandeza”. Este é outro aspecto da política da mentira, da qual ele já se demonstrou um verdadeiro campeão. " Comprou a reeleição a preço de ouro, vendeu a vale a preço de banana"
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  • O analista do Araguaia

    Sábado, 22 de Agosto de 2015, 17h44
  • KKKKKKKKK...realmente Eduardo Mahon é um poeta... porem só pra poesias... deixa de ser babão... olha o que você fala cara " O petismo frustrou o Brasil. Da pior maneira. Navegando em céu de brigadeiro, sem passar por crises internacionais, com bases econômicas sólidas, feitas as reformas estatais e sob a Lei de Responsabilidade Fiscal" ... primeiro Mahon...quase todo Governo Dante e FHC..não tinha Responsabilidade Fiscal..... SEGUNDO TO E CARECA ..NÃO CEGO... onde você não ve crise internacional... a Europa e os Estados Unidos quebrando.... crise energética... vc que é um dos mais renomados doutores de direito desse pais... sabe muito bem que a crise energética começou com FHC esqueceu o apagão... Mahon...me poupe... dessa vez você perdeu alinha..avançou pro puxasaquismo... outra velho não te entendo...voçe acha que Cunha tem legitimidade pq foi eleito pela maioria... me Diz a Dilma perdeu com a Maioria... e por isso que este pais tem seus chiliques...graças a pessoas como voçe e outros que defendem tanto PT como PSDB...no fundo ...todos ávidos pelo poder... o PT esta uma merda... mas pede pro seu pai Geraldo como era a vida dos pernambucanos, quando ele morava la e hoje.. ..Mahon me diz sera que a corrupção que metade de seus clientes esta envolvida... é culpa do PT... me diz se Pedrão te chamar pra ser secretario de Cultura ...tu não topas.... agora voçe se superou...
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  • pantaneiro

    Sábado, 22 de Agosto de 2015, 16h50
  • Parabéns Mahon, disse tudo aquilo que poucas pessoas tem coragem de dizer, mormente o resgate da imagem de Dante, covardemente vilipendiada nos últimos tempos pelos puxa-sacos de plantão!!!
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