Opinião Quarta-Feira, 02 de Setembro de 2015, 09h:14 | Atualizado:

Quarta-Feira, 02 de Setembro de 2015, 09h:14 | Atualizado:

Marcelo Ferraz

O VLT nunca vai passar!

 

Marcelo Ferraz

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Sabe aquela música do Raul Sexas que diz assim: “Ói, oia o trem, vem surgindo de trás das montanhas Azuis, olha o trem...”. Pois bem, aqui em Mato Grosso o nosso tão almejado “trenzinho” não surgiu por de trás das colinas de Várzea Grande e muitos menos de Cuiabá. Somente as cinzas da descrença do povo apareceu junto com o Velho Aeon.

Até agora ninguém ouviu o apito do trem, pois ninguém sabe do trem, nem o Governo, nem a Justiça, nem os políticos e nem as empresas, que tinham a responsabilidade de construí-lo, sabem do trem. Não precisa de passagem e nem de bagagem para andar no trem, pois ele é uma miragem! Fruto de um sonho frustrado da desorganização política.

O povo realmente chorou quando teve que pagar pelo trem, o povo não sorriu quando descobriu que nunca iria partir de trem. A verdade é que ficamos esperando o Veículo Leve sobre o Trilho (VLT) passar, mas ele não passou. Tudo era uma grande ilusão. Um golpe social arquitetado pelos gênios da má gestão pública.

É muito triste saber que os cidadãos de Mato Grosso tiveram que desembolsar mais de R$1 bilhão para bancar esse sonho louco da bancada do PMDB e do PT. As consequências foram, como disse outrora um especialista em contas públicas, uma tragédia atômica. Pelos cálculos do governo atual, até 2030 ainda vamos continuar pagando por essa irresponsabilidade social.

Qualquer pessoa de bom senso que olhar hoje a estrutura construída para receber o VLT sabe que a obra está comprometida, terá que ser praticamente toda refeita. As bases dos trilhos estão estragando, deteriorando-se em todo trajeto. O próprio trilho já está enferrujado e trazendo risco para quem é obrigado atravessar diariamente o local. As novas vias e as trincheira, que seriam para facilitar a vida dos condutores, apresentaram inúmeros problemas como apontou a auditoria feita pela Controladoria Geral do Estado (CGE).

Porém, o maior e mais doloroso prejuízo foi o estado, na figura do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), ter adquirido os vagões do VLT antecipadamente, sabendo que o modal demoraria mais de cinco anos para ficar pronto. Cerca de R$400 milhões jogados fora. Por conta disso, a Justiça paralisou as obras e hoje o estado briga com o consórcio VLT para reaver os valores que ainda seriam investidos na obra.

Mas a pergunta que não sai da cabeça do povo é: “Quando é que o Governo vai tomar uma posição e resolver definitivamente este problema?”

O governo passado abriu uma ferida incurável que percorre a alma das duas cidades. Por conta desse desfavor, quem olha as obras do VLT inacabadas, só tem um desejo... Chorar de tristeza, pois o trem das sete horas nunca vai chegar na estação.

Marcelo Ferraz é jornalista em Mato Grosso.

 





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