Tenho atuado na área jurídica há décadas e sempre defendi a relevância da OAB-MT na consolidação da nossa categoria. Cheguei a ser presidente dessa instituição e conheço de perto suas dificuldades e potencialidades.
Lamento profundamente o que está ocorrendo, que essa instituição esteja sendo palco de uma disputa desproporcional. A escolha da nova gestão da OAB-MT se aproxima e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil é bem claro, determinou que não é autorizado fazer campanha eleitoral antes dos registros das chapas. No entanto, alguns (entre aspas) “pré-candidatos” estão desrespeitando regras eleitorais.
Estamos montando um projeto sob a liderança do advogado Eder Pires. Sim, nosso grupo é forte e queremos surpreender a advocacia mato-grossense. Entretanto, estamos aguardando o momento certo para fazer campanha, dentro das regras estabelecidas pela Comissão Eleitoral.
O que nos deixa perplexos é que a maioria dos pré-candidatos já está com o bloco na rua, promovendo eventos, divulgando slogans, movimentando militância e fazendo propagandas na Internet. Agora, como uma pessoa pode querer representar a OAB-MT, sem cumprir as normas da própria instituição?
Percebo outro grave desequilíbrio, o financeiro. Qual a motivação de um grupo em investir centenas de milhares de reais para conseguir cargos sem subsídios? Que voluntarismo é esse? O que motiva empresários e profissionais a colocarem tanto dinheiro sem querer nada em troca? Isso é preocupante, nos deixa sérios questionamentos.
A OAB não é lugar para aventuras. Não pode ser utilizada como credencial para circular em colunas sociais. Deve ser espaço livre de conchavos políticos e de grupos com relações comprometedoras. Acima de tudo, a OAB deve ser exemplo de respeito às regras.
Ussiel Tavares é advogado e ex-presidente da OAB de Mato Grosso
Jos? Prado
Segunda-Feira, 21 de Setembro de 2015, 21h08Observador
Segunda-Feira, 21 de Setembro de 2015, 16h19