Opinião Terça-Feira, 05 de Julho de 2011, 08h:30 | Atualizado:

Terça-Feira, 05 de Julho de 2011, 08h:30 | Atualizado:

RENATO PAIVA PEREIRA

Ovelha clonada

 

RENATO PAIVA PEREIRA

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Sempre as promessas de criação de tecnologias são tão grandes quanto as expectativas que elas geram.

É o caso da famosa Ovelha Dolly clonada em laboratório e que por alguns anos foi observada por nós. Ela era uma esperança de melhorar em curtíssimo tempo a qualidade e a produtividade do rebanho do País. Bastava copiar em laboratório

os animais geneticamente superiores e conseguir com eles uma excelência de produção, inalcançável por cruzamentos ou outros meios. Não deu certo, ou para os mais otimistas, ainda não deu certo. É verdade que a pecuária evoluiu muito deste a Dolly, mas não no nível esperado com essa famosa ovelha clonada.

Também os biodigestores que prometiam dar um fim no esterco dos animais em pequenas propriedades rurais e com ele produzir energia elétrica suficiente para atender ao consumo das unidades agrícolas, alimentando chuveiros, geladeiras,

iluminando as casas e girando motores elétricos, não conseguiram atingir a popularidade que se esperava deles. Estão por aí cumprindo mal e mal a função de decompor esterco, produzindo adubo e uma “minguadinha” energia elétrica.

Mas nem tudo é frustração. Há uma série de tecnologias que somadas umas às outras, sem promessas mirabolantes, dia a dia incorporam-se à agropecuária dando excelentes resultados ao agronegócio. Como exemplo está a adubação de precisão que dispõe na terra a quantia certa de fertilizantes que aquele lugar precisa. Também “enveloparam” o adubo granulado, que como um medicamento de liberação lenta tão útil na medicina, incorpora-se gradativamente no solo à medida que a umidade chega. Não tendo chuva, o que seria volatilizado para o ar, fica esperando a condição propícia.

Mas tem duas promessas rodando por aí, na boca de jornalistas piegas que provavelmente ficarão no time daqueles que deram com o rabo na cerca.

A primeira vem de um ecologista que milita no jornalismo. Ele garante que a compostagem diária do lixo doméstico, que será transformado em fertilizantes para as plantas caseiras, desafogará os lixões urbanos. Alguns, eu creio, se entusiasmam quando ele fala das enormes benesses de cada um habitante com esse lixo, mas pouquíssimos têm disciplina para levar a ideia à frente ao verem o tamanho do esforço rotineiro exigido e o pequeno resultado conseguido

A compostagem do lixo orgânico é uma miséria, diante de outro potente poluidor. Precisamos arrumar um jeito de dar fim no plástico, este sim, verdadeiro alimentador dos lixões urbanos.

A outra ideia que anda por aí é mais fantástica ainda. Tem gente garantindo que daqui a alguns anos quem tiver mata em pé vai ser muito bem remunerado pela retenção do carbono, pois haverá quem pague muito bem para ele não derrubar sua floresta e consequentemente não espalhar o CO2 armazenado nos troncos, raízes e folhas das plantas vivas.

Os defensores dessa tese acreditam que 01 hectare de floresta preservada renderá mais que a mesma área derrubada e cultivada.

Claro que eu torço para que ninguém derrube árvores e que todos conservem as matas que o código florestal brasileiro exige que sejam preservadas, mas não acreditando que o agricultor ganhará mais armazenando carbono do que cultivando grãos.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor





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