Opinião Domingo, 11 de Maio de 2014, 10h:13 | Atualizado:

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Onofre Ribeiro

Pacto de Pedro Taques

 

Onofre Ribeiro

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Onofre Ribeiro

 

Em recente entrevista a este site, o polêmico e experiente prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, emitiu alguns conceitos sobre o senador Pedro Taques, pré-candidato a governado neste ano: “um político que tem problema com os políticos”, e “um distanciamento do senador dos partidos e dos políticos aponta para “um certo oportunismo com a população”, em sua campanha eleitoral este ano. 

Taques pode até se eleger sem apoio, mas não conseguirá governar sem compor, por isso não seria honesto com a população dizer o contrário”. 

E, por fim: “Ele é político, mas tem problema com os políticos. Ele tolera os políticos e depende deles, porque para fazer política não tem jeito de fazer sem os políticos... Eu percebo que ele tem dificuldades de se achar no meio político”.

Apesar de crítico, Percival usa bem as palavras. 

De outro lado, de fato o senador Pedro Taques vive as dificuldades de construção da candidatura justamente em relação aos partidos políticos. "Taques sabe que a aproximação aberta com os partidos o introduz dentro do desgaste deles "O que ele pensa? O próprio Percival admite: “Ele pode estar se isolando dos partidos, mas avalia que está próximo da população. A população não gosta dos partidos mesmo...” 

Taques sabe que a aproximação aberta com os partidos o introduz dentro do desgaste deles.

Assim, vai cozinhando a situação até ela ficar insustentável pra todo mundo e sua candidatura se tornar natural e legítima sem casamento com nomes e com partidos.

O leitor pode duvidar que isso seja possível, mas é bom lembrar que em 2002 Blairo Maggi fez exatamente isso. 

Com o desgaste do PSDB e a ausência de candidaturas fortes na oposição, ele aceitou no último momento como uma espécie de “salvador da pátria”, mas isolou os grandes partidos e os grandes líderes da época: Júlio Campo, Jaime Campos, Roberto França e José Riva. 

Elegeu-se e eles simularam tê-lo ajudado, mas seu apoio foi meio de segunda linha. Blairo governou o primeiro mandato sem ouvi-los.

Pedro Taques construiu uma imagem associada à ética e à antipolítica. Se abrir-se para os partidos, poderá ser mal-visto pelos eleitores. 

Assim, ele continua “cozinhando-os”, espera uma definição formal de desistência de Blairo Maggi e acredita que a população o apoiará como fez em 2002. A leitura crítica é clara: Pedro Taques quer construir um pacto com a sociedade, ligando-a à sua imagem de moralidade.

Nesse caso, os partidos, com seu desgaste, o atrapalham. O leitor perguntaria se isso é possível e se Taques não correria riscos. 

Penso que é possível, pelos 66% da população que desejam transformações, e porque foi vitorioso o exemplo de Blairo Maggi em 2002.

Atravessar o mês de maio até 30 junho, data das convenções partidárias, é o desafio do senador. 

Depois da convenção, o discurso do pacto cairá como uma luva no desejo da sociedade por transformações na política.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

 

 

 

 

 

 

 

 





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