Opinião Quarta-Feira, 21 de Julho de 2021, 10h:33 | Atualizado:

Quarta-Feira, 21 de Julho de 2021, 10h:33 | Atualizado:

Érico Duarte

Preciso usar anticoncepcional para acabar com as cólicas menstruais?

 

Érico Duarte

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Você já ouviu falar em dismenorreia primária ou funcional? Apesar de não ter o nome tão popular, ela é conhecida por muitas mulheres. Dismenorreia é o nome dado para as cólicas muito fortes que ocorrem alguns dias antes ou durante a menstruação. A estimativa é que 70% das mulheres tenham que lidar com este problema em algum momento da vida, sendo mais comum nos primeiros anos da vida fértil.  

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Apesar do incômodo, na maioria das vezes, a dismenorreia funcional é autolimitada e, após alguns anos, somente cerca de 10% se torna persistente, ou seja, na maioria das meninas, ela desaparece. Porém até lá, a paciente já faltou aulas, perdeu provas e outras restrições sociais por conta das dores. 

A cólica intensa pode estar acompanhada de outros sintomas como náuseas, vômito, diarreia, cansaço excessivo, dor nas costas, quadris, pernas, tontura e dor de cabeça intensa, interferindo diretamente na rotina da mulher.  

Para lidar com estes sintomas, muitos pais ou mesmo profissionais de saúde, acreditam que a saída é o famoso "regulador menstrual", "uma pilulazinha bem fraquinha”, só pra dar uma amenizada nos sintomas.  

Mas esta não deve ser a primeira abordagem. Isto pode levar muitas mulheres a usar pílula por anos e anos, tornando parte da sua rotina durante toda a vida. Esta indicação deve ocorrer somente quando necessário. Há casos em que a causa das cólicas está atrelada a outras anomalias e a paciente necessita do uso de anticoncepcionais ou outro tipo de tratamento, o que é recomendado após investigação clínica e exames.  

Mas então o que fazer?  

O mecanismo da dor das cólicas passa por um processo inflamatório local no útero, que pode ser intensificado por um estado prévio de microinflamação crônica da paciente. Uma opção de tratamento inicial seria aliviar este processo inflamatório ou mesmo aumentar o poder anti-inflamatório do seu corpo.  

Para isso, o médico recomenda algumas medidas como o consumo de gorduras boas (de alimentos como ovos, abacate, azeite, atum, salmão), a prática de atividade física regular, evitar o excesso de peso e consumo de gorduras ruins (óleos de grãos, gorduras trans, margarina). Com certeza é mais difícil fazer isto. É mais fácil dar uma pílula diária ou uma injeção mensal para uma adolescente. Mas sem dúvidas é o mais racional  buscar tratar a raiz do problema e não maquiá-lo. 

Outra dica é a inclusão de tratamentos naturais que podem ser feitos para ajudar a aliviar a cólica da dismenorreia, como colocar uma bolsa térmica morna no pé da barriga, tomar um banho morno, fazer massagens relaxantes, descansar colocando a barriga para baixo apoiada em um travesseiro para comprimir a barriga, além de fármacos anti-inflamatórios. Antes de adotar o uso de pílula, podemos tentar outros caminhos.  

Érico Duarte Izaias

Médico Ginecologista formado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) 

Pós-Graduado em Ultrassonografia Fatesa-Ribeirao Preto - SP 

Pós-Graduado em Cirurgia Minimamente Invasiva - Beneficência Portuguesa -SP 

Pós-Graduado em Constelações - Relações Humanas Sistêmicas 

Pós-Graduando em Medicina Integrativa - Hosp Albert Einstein - SP 

Pós-Graduando em Estilo de Vida e Coaching de Saúde - Hosp Albert Einstein - SP 

 





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Comentários (1)

  • kamila correa

    Quarta-Feira, 21 de Julho de 2021, 10h52
  • Parabéns pelo artigo.
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