Alvo da PC, perito foi demitido por fraudar laudo de morte em Cuiabá

 

Alvo da operação Mente Perita, deflagrada na manhã desta terça-feira (10), pela Polícia Civil de Sorriso, Thyago Jorge Machado, é irmão da advogada Thays Machado, 44, assassinada a tiros por Carlos Alberto Bezerra, o Carlinhos, e chegou a dar entrevistas na época do crime. Ele foi exonerado após investigação por falsificação de laudos, inclusive denunciado por “forjar” um laudo do atropelamento do verdureiro Francisco Lucio Maia, pela médica Letícia Bortolini, ocorrido em abril de 2018.

Thyago foi exonerado em outubro de 2022 por “forjar” um laudo do atropelamento do verdureiro Francisco Lucio Maia, em abril de 2018. O laudo feito pelo servidor teria plagiado um documento de 2014.

Na época dos fatos, o funcionário do Estado estava afastado por licença qualificação, porém trabalhava como responsável técnico de uma empresa forense. O servidor passou por Processo Administrativo Disciplinar (PAD) onde ficou constatada a conduta irregular.

Contudo, o motivo do desligamento não foi a fraude em si, mas o trabalho que realizava para empresa privada enquanto estava de licença sob a justificativa de qualificação. Ao apurar a denúncia do Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais de Mato Grosso (Sindpeco), foi constatado que ele concluiu o estudo, mas não comunicou o Estado.

Seguiu como servidor público e atuando em empresa particular.

A exoneração foi oficializada pelo governador Mauro Mendes em 14 de outubro de 2022. Ele ainda tentou recorrer, mas a decisão foi mantida em 30 de março de 2023, ambas publicadas em Diário Oficial.

Nesta terça-feira (10), ele foi alvo de operação que investiga possível fraude em laudos periciais de um processo cível relacionado à propriedade de terras. Durante buscas em sua residência foram apreendidas uma pistola .380 com 82 munições, e um aparelho para contar cédulas.

Segundo a polícia, a investigação começou após uma vítima denunciar que Thyago solicitou R$ 2 milhões para fraudar a perícia de um processo judicial de R$ 50 milhões, para o qual sua comparsa foi nomeada como perita do juízo.

Consta que ele, em parceria com outra perita investigada, solicitava vantagens financeiras as partes litigantes em processos judiciais, a fim de dar resultados favoráveis nas perícias que atuam, fraudando assim os laudos.