Cabeleireira mantia boa relação e ajudava assassino em "espetinho"

 

O vendedor de espetinhos, Roberto Epifânio Pinheiro, que matou a ex-mulher Ana Paula Pedro Ribeiro, 41 anos, e o namorado dela, Sebastião Antônio de Souza, 40 anos, com 64 golpes de faca no último domingo tinha uma boa relação com a vítima, mesmo após a separação. De acordo com o delegado Marcel Gomes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ana Paula, inclusive, o auxiliava com o preparo dos alimentos que Roberto comercializava em seu ponto comercial.

O relacionamento chegou ao fim, porque a mulher desconfiava da maneira com que o homem se relacionava com suas filhas.  

O crime aconteceu neste domingo (12), na casa de Ana Paula, no bairro São Francisco, em Cuiabá. Os corpos da vítima foram encontrados sobre a cama de casal por uma das filhas da mulher. Roberto está foragido e é apontado como o principal suspeito.

Segundo informações já apuradas pelas investigações, há cerca de 10 dias, a casa de Ana Paula teria sido arrombada, bolsa, dinheiro e alguns objetos foram levados. Familiares alertavam a mulher dizendo que o furto poderia ter sido cometido por Roberto, mas a vítima defendia o homem e dizia que apesar de tudo ele era uma boa pessoa e não teria coragem de lhe fazer mal.

À polícia, a filha de Ana Paula disse que já havia avisado a mãe que o ex era um homem perigoso e que ela deveria tomar cuidado.   

Além de trabalhar como cabeleireira, Ana Paula também trabalhava com Roberto, que tinha uma espetaria próximo a residência da vítima. Horas antes do assassinato, uma das filhas da vítima foi até o espetinho em que o suspeito trabalha, acompanhada do marido e do filho de dois anos. Roberto fez fotos com a criança no colo, que aliás dizia que considerava seu neto e enviou para a ex-mulher.  

Durante a madrugada de domingo (12), o homem pulou o muro da casa da ex mulher, arrombou a porta, encontrou as vítimas na cama e cometeu os assassinatos. De acordo com o delegado Marcel, que esteve no local do crime, a cena vista foi a pior de sua carreira, ele relata que haviam sinais de perfurações dos pés à cabeça. “Teve facada nas costas, pescoço, mãos, braços, que indicam lesões de defesa, reação natural do ser humano, se defender. Haviam marcas de golpes em todas as partes do corpo”, disse.