“Hoje é um dia de alegria”. Foi assim que o delegado geral da Polícia Civil, Anderson Garcia, abriu a coletiva de imprensa, se referindo a operação “Grená”, que foi deflagrada nesta quarta feira e desarticulou a facção criminosa Comando Vermelho, que à dois anos vem agindo no Estado de Mato Grosso. A facção criminosa tem base nos presídios de Mato Grosso e é comandada pelos bandidos da mais alta periculosidade do Estado.
De acordo com o delegado, esta foi a primeira organização criminosa genuinamente mato-grossense e já estava muito bem estruturada com o controle de várias ações dentro e fora dos presídios em Mato Grosso. “Muitos roubos e crimes violentos que vinham acontecendo tem ligação com a organização. Os crimes eram cometidos para o Comando Vermelho de Mato Grosso levantar fundos”, afirmou o delegado.
Anderson Garcia relacionou a crescente criminalidade nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, principalmente neste mês de abril, com a organização criminosa, incluindo as duas tentativas de explosão nos arredores da Penitenciária Central do Estado, no bairro Pascoal Ramos. Além disso, cerca de 50 assassinatos foram registrados nas duas maiores cidades do Estado neste mês, considerado um dos mais violentos da história da região metropolitana.
O diretor da inteligência da Policia Civil, Marcelo Felisbino Martins, detalhou a estrutura da facção criminosa. Segundo Felisbino, o Comando Vermelho de Mato Grosso, já tinha próximo de 400 membros cadastrados, que pagavam mensalidades entre R$ 40 à R$ 150 reais. Os criminosos cadastrados tinham vários benefícios e funções dentro da organização.
Após serem “batizados”, e manterem a contribuição em dias, os membros da organização recebiam, desde auxílio jurídico, até ajuda para receber visitas de parentes.
Transferências
O Secretário titular da Sejudh Luis Antônio Possas de Carvalho também informou que nove detentos de altíssima periculosidade já foram transferidos para a penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte e que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso apenas está aguardando a análise do Departamento Penitenciário Federal (Depen) para fazer mais transferências.
O principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, Sandro da Silva Rabelo, conhecido como "Sandro Louco", ainda está detido presídio da Mata Grande, em Rondonópolis. Ele só não foi levado a uma penitenciária federal por ter contraído hepatite C. As unidades prisionais comandadas pela União não aceitam presos que cheguem doentes.
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salvadorjr
Quarta-Feira, 30 de Abril de 2014, 17h51