Após a deglagração da Operação Acqua Ilícita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta quinta-feira, os investigadores explicaram que o Comando Vermelho chegou a tentar aliciar grandes empresas que operam no comércio de água mineral, mas não conseguiram. Segundo as apurações, os criminosos cobravam taxas dos comerciantes sobre a venda de cada galão do produto e chegaram a movimentar R$ 15 milhões somente com uma empresa de fachada em seis meses.
A Operação Acqua Ilícita cumpre 55 mandados de busca e apreensão, 12 mandados de prisão e sequestro de bens e valores ilícitos, incluindo 33 veículos na capital, Várzea Grande, Nobres e Sinop, além do bloqueio de 42 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. O Gaeco combate a extorsão e a lavagem de dinheiro por meio do Comando Vermelho, que vinha prejudicando comerciantes de água mineral e aumentando os preços para os consumidores.
As investigações apontaram para uma organização criminosa em expansão, visando lucros por meio de atividades ilícitas. O Serviço de Inteligência da Polícia Militar, em colaboração com agentes do Gaeco, constatou que os criminosos cobravam um alto preço pela liberdade e controle econômico de comerciantes.
Participaram da coletiva o policial militar e subcoordenador de operações de inteligência do Gaeco, tenente-coronel Frederico Lopes, os delegados Bruno de Moraes Carvalho e Hércules Batista Gonçalves, o coordenador do Gaeco, Adriano Roberto Alves, além do coronel da PM José Nildo de Oliveira. “As investigações se iniciaram após denúncias anônimas de vários comerciantes, que não estavam suportando mais serem coagidos. Eles não conseguiam trabalhar, porque as facções impõem medo, com cobrança de taxas. O que se apurou inicialmente é que existiam vários grupos de WhatsApp, onde integrantes do Comando Vermelho impunham ali a obrigação de que os donos de comércio comprassem água mineral somente de pessoas indicadas pela facção, além de cobrar uma taxa por cada galão de água vendido”.
Desde então, foram iniciadas as investigações, que analisaram as transações financeiras e foi descoberto que algumas pessoas ligadas ao grupo fizeram movimentações milionárias que superaram os R$ 15 milhões, o que demonstra que o negócio era extremamente rentável. As apurações apontam que os criminosos cobravam R$ 1 por galão e era a facção criminosa quem ditava o preço.
Os comerciantes que não concordavam, passavam a ser constrangidos e eram ameaçados pelos criminosos, de forma velada. O projeto da facção era o de dominar toda a distribuição de água e o valor da taxa, que era de R$ 1 por galão, seria reajustado para R$ 2, ainda este ano.
Entre as exigências feitas pelo Comando Vermelho aos donos de comércio, estava a apresentação da notas fiscais de aquisição das águas. Os investigadores apontaram que as marcas que envasam os galões não tinham participação nenhuma no esquema, relatando que as facções compravam a água mineral diretamente destas empresas e armazenavam os vasilhames em galpões, revendendo-os aos comerciantes que eram alvos da facção.
A estratégia foi usada pelo Comando Vermelho justamente pelo fato de a organização criminosa não ter conseguido aliciar as empresas fabricantes. De acordo com o Gaeco, parte do lucro obtido era repassado para integrantes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, através de transferências com valores expressivos.
Os investigadores apontaram ainda que Fábio Júnior Batista Pires, o “Farrame”, morto durante a operação, era o homem de confiança de Sandro Louco para tocar o esquema, sendo inclusive o responsável pelas cobranças aos comerciantes.
Lugar sinistro
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 21h27jj
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 16h36Antônio
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 15h35Direckt in München/Deustsland
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 14h33jp
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 14h03Fagner Lemos
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 14h01Eleitor
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 13h44Pedrinho
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 13h42