Um grupo de WhatsApp com 797 membros, batizado de "Contorno Norte 3", está no centro da investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que busca desarticular criminosos suspeitos de planejar e executar a posse de uma terra pública localizada nas proximidades da fabricante de cervejas Ambev e do Haras Twin Brother, na Avenida Antártica, em Cuiabá.
As invasões, autorizadas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), foram planejadas por pelo menos quatro meses, com participantes pagando R$ 650 por lote e recebendo orientações sobre como ocupar o terreno. A “Operação Contorno Norte" foi deflagrada nesta sexta-feira (18). Administradores do grupo criaram subdivisões com 60 pessoas cada, lideradas por suspeitos Ewellyn Chagas, Fábio Santos e Edemir de Paula.
Além desses nomes, a investigação apura o possível envolvimento de servidores da Prefeitura Municipal de Cuiabá. Em um áudio interceptado pelo Gaeco, Ewellyn aparece negociando valores. "Esse valor [R$ 650] é pra pagar o topógrafo, o pessoal da prefeitura que passou a informação, o advogado... porque nada é de graça, gente. Pra ter essa informação custou muito caro".
Os investigadores acreditam que os servidores teriam fornecido mapas de terrenos públicos para demarcação ilegal, informações sobre fiscalização, evitando ações preventivas e dados cadastrais que ajudaram na divisão dos lotes.
A decisão judicial que autorizou quebra de sigilos telefônicos e de dados do WhatsApp (entre dezembro/2024 e abril/2025) busca identificar os funcionários corruptos. Até agora, nenhum nome foi divulgado, mas a Justiça determinou busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.
Mensagens reveladas mostram que os organizadores exigiam documentos dos participantes. "Nome completo, CPF, telefone, endereço e quantos filhos! Para a gente já ir organizando para o dia da ocupação. Pessoal, já temos a data: 17/04 (madrugada do dia 18). Organizem materiais para limpeza do seu lote”, diz Ewellyn em outro trecho.
Uma denúncia anônima recebida em na última terça-feira (15) alertou que os invasores foram orientados a levar facões e foices para "limpar" os lotes. A polícia temia confrontos caso tentem impedir a reintegração de posse. Devido a isso, ao cumprir os mandados de prisão, 200 policiais militares estiveram presente na ação, entre eles agentes da Rotam, Cavalaria, Força Tática e Grupo de Apoio (GAP). O Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) também prestou apoio.
julio
Sábado, 19 de Abril de 2025, 20h20Ademir
Sábado, 19 de Abril de 2025, 10h37João
Sábado, 19 de Abril de 2025, 09h10OLIVEIRA CUIABANO
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