O comerciante L.J.E.S, de 31 anos, que aparece em vídeo sendo açoitado pela "Máfia do Chicote", sugeriu um negócio que envolveu a venda de relógios de luxo ao empresário Bruno Rossi Penazzo, de 38 anos. Rossi foi preso durante a "Operação Piraim" deflagrada na manhã desta quarta-feira (20) pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá.

A vítima solicitou o montante de R$ 160 mil ao empresário e ambos acordaram que os lucros, após a venda de produtos de marcas de luxo, como Rolex, Bulgari e outros, seriam divididos entre as partes. Todavia, o comerciante não efetuou a devolução dos R$ 160 mil, nem os dividendos, ao empresário que acabou contratando os cobradores que agiram com violência para cobrar a dívida.

O vendedor de joias também fez um negócio com o empresário Rafael Geon de Souza ao comprar uma corrente de ouro no valor de R$ 50 mil. Contudo, L.J.E.S não efetuou o pagamento pela joia.

A informação é do delegado Guilherme de Carvalho Bertoli. Bruno Rossi atua no comércio de soja. Já Rafael trabalha com o comércio de ouro.

L.J.E.S foi gravado pela gangue sendo chicoteado pelos cobradores. As imagens da sessão de tortura do grupo se propagaram pelo país.

As agressões físicas foram gravadas em vídeo pelos próprios criminosos e expostas na internet em agosto. "Ele diz que tinha amizade com a vítima e que esta havia sugerido um negócio com relógios de luxo. Ele (a vítima) solicitou um valor de R$ 160 mil. Isso, segundo a pessoa que está detida, com a venda desses relógios, além da devolução dos valores emprestados, eles dividiram o lucro. E a outra vítima comprou uma joia com ele, se não me engano, e não fez o pagamento", informou o delegado.

O pai da vítima procurou a delegacia especializada no dia 4 de maio deste ano e declarou que o filho estava sob o poder do grupo criminoso, que exigia dinheiro para liberá-lo.

Na ocasião, uma equipe da Derf foi até o local onde a vítima estava e, temendo por sua vida, declarou que os suspeitos não haviam lhe açoitado. A vítima apresentava vários hematomas. No entanto, em depoimento, tanto Rafael como Bruno afirmaram que não tinham conhecimento sobre a conduta agressiva e o método de cobrança dos cobradores.

A  Operação Piraim cumpre 11 mandados de prisão e busca contra o grupo investigado pelo crime de extorsão mediante restrição de liberdade.

PRESOS

Bruno Rossi Penazzo

Rafael Geon de Souza

FORAGIDOS

Sérgio da Silva Cordeiro

José Augusto Figueiredo

Benedito Luiz Figueiredo

Guilherme Augusto Ribeiro