A Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia (421 km de Cuiabá), será integrada ao programa cívico-militar. A decisão foi tomada após a unidade se tornar palco de um episódio grave de violência: uma sessão de tortura, registrada em vídeo, contra uma aluna de 12 anos.
A menina teria desrespeitado uma regra da facção mirim que atuava dentro da escola e por isso foi espancada. A informação foi dada pelo secretário de Estado de Educação, Alan Porto, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6).
Durante o pronunciamento, Porto ressaltou que o caso ultrapassa os limites da indisciplina escolar, destacando a existência de uma organização com estrutura hierárquica, regras de repressão e uso de violência para cooptar menores dentro da instituição. “Esse fato nos entristeceu muito. Entendemos que a escola é um ambiente de aprendizado, acolhimento e interação social. Aqueles vídeos chocam muito. Não podemos permitir que o ambiente escolar se transforme em uma organização criminosa, como vimos ali. Não vamos aceitar esse tipo de coisa. Todas as medidas administrativas já foram tomadas, sob orientação do governador Mauro Mendes. A escola será transformada em uma unidade cívico-militar. Já estamos recrutando policiais da reserva para atuar no local. Conversei com a diretora e ela concorda com a medida. Vale lembrar que o Estado de Mato Grosso já conta com 130 escolas cívico-militares”, afirmou o secretário.
A Polícia Civil apurou que as meninas que aparecem no vídeo agredindo a aluna fazem parte de uma “facção criminosa mirim”, criada para impor medo e estabelecer regras semelhantes às do Comando Vermelho (CV-MT), organização criminosa conhecida por aplicar castigos violentos a quem descumpre seu código de conduta. Segundo as investigações, a gangue é composta por cerca de 20 menores e já teria agredido pelo menos outras quatro alunas.
As diligências começaram após a Polícia Civil receber o vídeo que mostra a vítima sendo espancada brutalmente, sem possibilidade de defesa. Em resposta imediata, os policiais identificaram quatro adolescentes envolvidas na agressão.
Três delas foram apreendidas, enquanto a quarta, de apenas 11 anos, não pôde ser internada por impedimento legal previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As adolescentes apreendidas serão encaminhadas ao sistema socioeducativo em Cuiabá, onde cumprirão medida de internação provisória.
As apurações indicam que o grupo agia com divisão de funções e regras internas, reforçando o caráter de organização criminosa. A vítima teria sido punida por, supostamente, ter descumprido uma dessas regras.
Durante a sessão de violência, foi obrigada a não chorar, sob ameaça de sofrer mais agressões. Cerca de 10 pessoas foram ouvidas no inquérito, entre elas as adolescentes agressoras, seus pais, a direção da escola e a vítima.
Em depoimento, as menores confessaram as agressões e relataram que outras quatro estudantes também já haviam sido espancadas por não seguirem as regras impostas pela facção. Com base nas provas reunidas, a autoridade policial concluiu o procedimento e o encaminhou ao Ministério Público, sugerindo a internação das adolescentes pelos atos infracionais análogos aos crimes de tortura e participação em organização criminosa.
No dia 6 de agosto, a 1ª Vara de Alto Araguaia expediu mandados de busca e apreensão para cumprimento das medidas socioeducativas de internação das adolescentes envolvidas.
Albino
Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 12h32E as vadias?
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