Os 3 funcionários da empresa de coleta e gerenciamento resíduos WM Soluções envolvidos no descarte irregular de cachorros mortos foram demitidos nesta segunda-feira (18). Um deles admitiu que recolheu animais na Clínica do Povo e os jogou próximo a um córrego no Jardim Imperial. O colaborador informou à Polícia Civil que agiu sozinho e que cometeu o crime ambiental em troca de remédios para seus bichos de estimação. A clínica não tem contrato com a empresa de coleta desde 2018.
Na sexta-feira (15), as 5 unidades da Clínica do Povo foram alvos de busca e apreensão após acusação de descarte irregular de animais. Segundo a Polícia Civil, uma denúncia informava sobre os animais mortos dentro de sacos plásticos. Dois deles estavam com uma etiqueta de investigação, mas somente uma era legível. Nela havia escrito o nome da clínica, o que sugeria que os animais eram pacientes na mesma.
Na busca e apreensão realizada nas clínicas, os policiais encontraram etiquetas idênticas à usada no animal morto, o que comprovou a origem dos cadáveres. No momento, o dono da empresa disse que não era responsável pelo descarte, que era feita por empresa terceirizada. Na investigação, foi constatado que a clinica não tem contrato com a empresa WM desde 2018 e não há vínculo com nenhuma outra.
A presença de um caminhão da WM foi identificada após consulta às câmeras de segurança da região. Na filmagem é possível ver que o caminhão encosta e um servidor desce e pouco depois volta com alguns sacos. Os 3 funcionários envolvidos no descarte foram ouvidos. O motorista disse que não sabia de nada, que somente parou no local para o colega comprar remédios. O segundo também não sabia do ato irregular. Já o terceiro admitiu que recolheu os animais e depois pediu que o motorista parasse próximo ao córrego.
O motorista teria se ausentado por alguns momentos, por se sentir mal e depois voltou para seguir viagem. Nesse momento o colega descartou os sacos com os bichos. “Ele isentou os colegas e admitiu que agiu por conta própria e em troca do remédio. Ele disse que a empresa não tinha ligação com o caso”, informou o investigador Luiz Carlos, da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema).
Até o momento, os funcionários da empresa de descarte e alguns donos de animais foram ouvidos. O proprietário da Clínica do Povo ainda não foi interrogado.
Funcionamento das clínicas
Apesar da busca, não houve decisão para o fechamento das unidades. Sem identificação, a equipe do esteve no Jardim Imperial e constatou fila de espera para atendimento de cães e gatos. Tudo corre normalmente. Indagada sobre um procedimento, a atendente que passou as informações estava bastante nerbosa.
Outro lado WM Soluções
A empresa WM Soluções foi procurada e informou que os servidores foram demitidos e que não há contrato com a clínica. Em nota, afirmou também que "todas as informações necessárias foram fornecidas a Delegacia de Meio Ambiente", além de colaborar com o caso.
"A empresa WM Ambiental não possui contrato com a Veterinária do Povo, e sequer houve qualquer liberação de coleta dos resíduos por parte da empresa, emissão de documentos de destinação final e nota fiscal do serviço. Informamos que já tivemos contrato com a empresa no passado, e o mesmo foi suspenso por falta de pagamentos, que inclusive nunca foram quitados", diz trecho da nota.
Enfatizou ainda a seriedade do trabalho da empresa, que atua em Mato Grosso há 10, "sendo que nunca houve nenhum fato irregular praticado pela mesma, e nunca teve seu nome envolvido em qualquer situação vexatória".
Clínica do Povo
O responsável pela Clínica foi procurada por meio do telefone disponível nas páginas da empresa, mas o mesmo estava desligado. Por meio de rede social, a Clínica do Povo emitiu nota à imprensa a à sociedade, informando que todo o divulgado não passa de notícias falsas. Que está colaborando com a polícia e não se responsabiliza por atos de terceiros.
"Lembrando ainda que a empresa terceirizada presta serviço há muito tempo para nós temos todas as solicitações de coleta e o romaneio de retirada do resíduo. (...) Somos responsáveis até a entrega do material em nossa porta , infelizmente não podemos ser responsabilizado pelos atos de outra empresa. Estamos à disposição da sociedade cuiabana", diz trecho nota publicada.
M?rio
Segunda-Feira, 18 de Maio de 2020, 17h11Mario
Segunda-Feira, 18 de Maio de 2020, 17h07Amanda Duarte
Segunda-Feira, 18 de Maio de 2020, 15h57CORONA
Segunda-Feira, 18 de Maio de 2020, 14h08MARIA TAQUARA
Segunda-Feira, 18 de Maio de 2020, 13h49