Polícia Quinta-Feira, 01 de Julho de 2021, 22h:27 | Atualizado:

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CONDENAÇÃO

Homem que matou duas ex-namoradas pega 35 anos de prisão em Cuiabá

Adilson Pinto da Fonseca passou por dois júris populares nesta semana

Da Redação

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Um homem investigado há dois anos pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP) pela morte e ocultação dos cadáveres de duas mulheres passou pelo Tribunal do Júri em Cuiabá e foi condenado pelos crimes a mais de 35 anos de reclusão, somando as duas penas recebidas.

Pelo primeiro crime, o réu, Adilson Pinto da Fonseca, 50 anos, foi condenado a 17 anos e 11 meses de prisão. O Tribunal do Júri foi presidido pela juíza Mônica Catarina Perri. No segundo julgamento, realizado nesta sexta-feira, o réu foi condenado a 17 anos e três meses de reclusão.

Ele foi indiciado pela Polícia Civil em 2019 pelas mortes e ocultação dos cadáveres da namorada e da ex-mulher dele, ambas ocorridas em 2013. Ele enterrou os corpos no terreno de sua casa, no bairro Nova Conquista, na Capital. Durante as investigações, Adilson foi preso em flagrante por ocultação de cadáver.

As duas vítimas desapareceram em julho e dezembro de 2013. Os restos mortais foram localizados no quintal da casa do réu, após diversas buscas e escavações realizadas seis anos depois.

A investigação dos crimes, tratados até então como desaparecimentos, foi conduzida pelo delegado Fausto Freitas, que na época coordenava o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP. Mesmo diante das poucas informações angariadas até então e o espaço temporal dos desaparecimentos, os policiais persistiram em esclarecer o que havia acontecido com as vítimas, em resposta aos familiares.

A primeira vítima, Talissa de Oliveira Ormond, de 22 anos, namorada do suspeito, teve a comunicação do desaparecimento registrada em julho de 2013. A segunda vítima, Benildes Batista de Almeida, 39 anos, desapareceu em dezembro do mesmo ano. Ela foi casada com o réu, contudo, já não vivia mais com ele e morava fora do Brasil.

Desaparecimentos

A mãe de Talissa informou à Polícia Civil que ela saiu para trabalhar em uma empresa de telefonia e não deu mais notícias. Na empresa, a chefe da moça disse à mãe que naquele dia ela trabalhou o dia todo e quando saiu, havia um rapaz moreno em uma motocicleta à espera dela. Mas ninguém a viu sair com ele. No dia seguinte, a vítima teria ligado na empresa pedindo socorro. Depois não houve mais contato.

A segunda vítima,  Benildes, desapareceu em 17 de dezembro de 2013. Ela morava na cidade de Asturia, na Espanha, e tinha vindo ao Brasil onde passou cinco meses com a família. A filha dela entrou em contato com a Polícia Federal, que não identificou a saída de Benildes do Brasil.

Os inquéritos, com mais de dois volumes de informações colhidas ao longo dos anos da investigação, direcionavam para o suspeito.

Buscas pelos restos mortais

Em maio de 2019, a DHPP realizou buscas na residência do réu, após autorização judicial. Com apoio de uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Corpo de Bombeiros, da concessionária Águas Cuiabá e um professor de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso, foram realizadas escavações no quintal da casa.

O réu foi levado pelos policiais até o local das buscas e após a primeira ossada ser localizada, ele acabou confessando as duas mortes e disse onde teria enterrado a segunda vítima.

“A partir do momento que localizamos a primeira ossada, que seria da Talissa, o suspeito demonstrou vontade de colaborar com as investigações. A princípio, não tínhamos informações de que o corpo da Benildes também tivesse ocultado nesse local, mas ele deu localização exata e através disso conseguimos achar os restos mortais dela”, declarou o delegado Fausto.

Restos mortais da segunda mulher desaparecida foram encontrados na manhã do dia 14 de maio. Os ossos estavam a três metros de profundidade, no mesmo local onde foi localizada a outra ossada, todos enterrados na calçada da casa de Adilson, no bairro Nova Conquista.

O delicado trabalho de retirada dos ossos foi realizado pelas equipes da Politec, que removeu osso por osso dos buracos escavados, a fim de preservar o material para os exames periciais, que depois confirmaram a identidade das duas vítimas.

Quanto à motivação, o homem alegou que cometeu os crimes por ciúmes, depois de discussões ocasionais com as vítimas.

 





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