A versão de que Maxsuel Almeida Araújo, 28, condutor de um Fiat Marea que levava outros 4 jovens e furou uma barreira policial na rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251 - Estrada de Chapada), seria um motorista da Uber, foi desmentida pela empresa. Ao Gazeta Digital, a assessoria do aplicativo de transporte atestou que não existe cadastro do veículo e nem do motorista na plataforma digital. A suspeita é que os demais ocupantes do veículo alegaram tratar-se de uma corrida encomenda para tentar livrar a barra de Maxsuel que já tem histórico criminal.
A estratégia, no entanto, também não funcionou com a Justiça, pois os 5 homens presos em flagrante pela Polícia Militar na madrugada de domingo (3) após perseguição policial na rodovia estadual na Comunidade Rio dos Peixes continuam detidos e foram encaminhados para uma unidade prisional.
Durante audiência de custódia, o juiz Mário Roberto Kono de Oliveira homologou o flagrante e decretou a prisão preventiva de Maxsuel, Mikeias Wendel Souza Meirelles, 19, Valter Augusto de Jesus, 19, Gabriel Rocha da Mata, 20, e Gean Paulo Lima Nascimento, 20. Eles foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico com agravante do uso de arma de fogo.
Na audiência, além dos presos, estavam presentes a promotora de Justiça, Elisamara Sigles Vodonós Portela e o defensor público, Zacarias Ferreira Dias. O Ministério Público Estadual (MPE) pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva para todos os 5 presos. Já a Defensoria Pública requereu que todos fossem colocados em liberdade provisória.
Por fim, o magistrado destacou que o flagrante estava correto uma vez que foram encontradas com os presos substâncias entorpecentes de uso proibido e arma de fogo sem autorização para porte. Ele desconsiderou a tese da Defensoria e acatou o parecer do Ministério Público.
“Pela natureza do delito, em tráfico e associação para o tráfico, em razão da vultosa quantidade de substância entorpecente apreendida, em razão dos antecedentes criminais apresentados por alguns dos flagranteados, da convivência e conhecimento entre eles demonstrada, inobstante hajam depoimentos contraditórios; se faz necessário assegurar a ordem pública a aplicação da lei penal. Ante o exposto, converto a prisão em flagrante em prisão preventiva, devendo os indiciados aguardarem presos os seus julgamentos, ou pelo menos até que o juiz natural do processo, podendo analisar melhor cada caso, possa melhor decidir. Serve a presente decisão como mandado. Cumpra-se”, decidiu o juiz Mário Roberto Kono.
Ele também determinou o envio de cópia dos autos e a gravação da audiência de custódia ao MPE e à Corregedoria da Polícia Militar para verificar a versão dos presos que alegaram ter sido agredidos pelos policiais durante a abordagem.
Entenda o caso - Os 5 homens foram presos pela Polícia Militar depois que o Fiat Marea de cor prata e placa KAN - 8555 conduzido por Maxsuel furou uma barreira policial por volta das 2h40 de domingo na Comunidade Rio dos Peixes no quilômetro 22 da Estrada de Chapada e fugiu em alta velocidade. Houve perseguição e por fim o carro foi abordado.
Na fuga, foram arremessados objetos para fora do carro que depois os policiais descobriram tratar-se de um revólver calibre 32 da marca Taurus, 41 trouxinhas de maconha e 4 porções de pasta-base de cocaína de diferentes tamanhos.
Após a prisão, Maxsuel alegou ter furado a barreira por orientação de um dos ocupantes que disse para ele não parar porque estava “enrolando um baseado”. Gean, Gabriel e Mikeias assumiram a responsabilidade pelo material encontrado pelos policiais às margens da rodovia. Disseram que tinha contratado Maxuel, que seria motorista da Uber, para uma corrida até Chapada dos Guimarães e que Valter somente foi como acompanhante de Maxsuel.