Adolescente de 17 anos interno no Centro Socioeducativo de Cuiabá, conhecido como Complexo do Pomeri, que simulou uma rebelião na unidade no último dia 7, fazendo um colega refém, teve a liberdade concedida pela juíza Gleide Bispo Santos, da Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado (Sindpss), Paulo César de Souza, o adolescente permaneceu 2 meses cumprindo medida socioeducativa na unidade, pelo crime de roubo a mão armada.
“Recebemos como uma bomba, pois estamos há tempos reclamando que os menores simulam situações para obter regalias, e incriminam os agentes”, disse Souza. Segundo o agente, durante o curto período em que o adolescente permaneceu na unidade, causou problemas. “Ele brigava com os colegas e inclusive fugiu da unidade, tivemos que buscá-lo na casa dele”.
O agente explicou ainda que outros adolescentes que estão há mais tempo na unidade por crimes menos graves, e que cumprem corretamente todas as medidas impostas ficaram revoltados.
O jovem simulou uma rebelião na unidade na noite do último dia 7, fazendo um colega refém usando uma arma artesanal, e mobilizou grande efetivo policial, inclusive o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
A juíza foi acionada para negociar com o menor, e ouviu dele a versão de que agentes monitores o teriam privado de comida e água durante um dia todo, o que é contestado pelos agentes. Durante a negociação, o adolescente pediu para fumar um cigarro, e a juíza concedeu a entrada de um maço.
A medida fez com que os agentes se mobilizassem e fizessem um protesto na última sexta-feira (11), em frente à unidade. A juíza, por sua vez, pediu ao Judiciário para deixar de acumular a 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, responsável pelo Pomeri.