O Tribunal do Júri condenou o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro a 44 anos e 2 meses de prisão pelas mortes dos empresários Rivelino Brunini e Fazuze Rachid Jaudy, além da tentativa de homicídio do segurança Gisleno Fernandes. Os crimes ocorreram em junho de 2002.
A decisão ocorreu após dois dias de julgamento realizado no fórum de Cuiabá. Ontem, os jurados ouviram testemunhas de acusação, defesa e o próprio Arcanjo. Nesta sexta-feira, o Ministério Público e a defesa realizaram suas manifestações.
No início da tarde, os jurados se reuniram com a juíza Mônica Perri para definir o veredicto. Após mais de 1 hora de reunião, a magistrada anunciou que o ex-comendador foi considerado culpado e deu a sentença.
Arcanjo é o terceiro condenado pelo duplo assassinato e tentativa de homicídio. Em julho, o ex-policial Célio Alves e o uruguaio Júlio Bachs Mayada foram condenados pelos mesmos crimes. Ambos pegaram mais de 40 anos de detenção.
Esta é segunda condenação de Arcanjo por assassinatos. Em 2013, ele foi condenado há 19 anos de prisão pela morte do jornalista e empresário Domingos Sávio Brandão.
O ex-bicheiro deverá retornar ainda neste final de semana ao presídio federal de Rondônia, onde cumpre pena desde 2013. Arcanjo está detido desde 2002, quando foi deflagrada a Operação "Arca de Noé".
CAÇA NÍQUEL
De acordo com a denúncia, a morte de Rivelino Brunini foi encomendada por conta da disputa de máquinas caça-níquel no Estado. O Ministério Público apontou que, além do empresário lhe dever dinheiro, Arcanjo temia que o negócio poderia prejudicar a atividade de jogo de bicho, comandada por ele em Mato Grosso.
Outro fato relevante apontado pelo MP, é o fato de que Brunini tinha um mandado de prisão decretado dias antes da morte. A prisão dele poderia resultar em delação premiada e complicar a situação do ex-comendador perante a Justiça.
Já o réu negou todas as acusações. Arcanjo lembrou que realizava obras sociais e empregava mais de 4 mil pessoas em Mato Grosso.
Em relação as acusações, ele alegou que se tornou “clichê” culpá-lo por todos os crimes que ocorriam no Estado. Frisou ainda que era amigo de Brunini e não tinha porque encomendar sua morte.
anderson
Sexta-Feira, 11 de Setembro de 2015, 21h13M. BRANCA
Sexta-Feira, 11 de Setembro de 2015, 16h35