O juiz Marcelo Ferreira Botelho, da Vara Única de Matupá, converteu a prisão em flagrante de Fábio Junior Ferreira Mendes, o “Paizão”, em prisão preventiva. Ele confessou ter matado, com dois tiros de espingarda, na cabeça, a companheira Vanuza de Souza, no último domingo, em uma fazenda da cidade.
O suspeito afirmou que cometeu o crime "para ela aprender a respeitar homem", alegando ainda uma suposta traição. De acordo com o depoimento de uma das testemunhas, o casal estava em um jogo de futsal, quando se desentenderam e Fábio Junior Ferreira Mendes foi embora, deixando Vanuza no local, nas proximidades de onde acontecia uma confraternização.
A mulher acabou indo, de carona, com Douglas Duarte Martins, que estava acompanhado de sua esposa e duas filhas. o chegarem na residência de Fábio e Vanuza, o suspeito já veio com a arma na mão e sequer esperou a mulher descer do carro, atirando contra ela, que estava no banco de trás do veículo.
Douglas revelou ainda que, na sequência, o criminoso tirou a companheira do automóvel e entrou, pedindo para que a testemunha dirigisse até uma região conhecida como Vila Paredão. As filhas da testemunha, juntamente com sua esposa, correram para uma residência localizada na sede da Fazenda Estância Mineira.
Fábio Junior Ferreira Mendes foi preso em um bar, sendo localizado escondido embaixo de uma mesa de sinuca e chegou a resistir a prisão. Com ele, estava a arma utilizada no crime.
Outra testemunha, dona do bar onde o suspeito foi encontrado, relatou que Fábio Junior Ferreira Mendes, ao entrar no local, disse: “o rei do cabaré chegou”, e que “teria matado uma periguete”. O criminoso, segundo relatos, teria agido com total naturalidade, como se nada tivesse acontecido, chegando a pedir para ‘penhorar’ a espingarda utilizada no crime, já que havia ficado sem dinheiro para beber.
Na decisão, o magistrado apontou que existem indícios suficientes de autoria e da existência do crime de feminicídio. O juiz entendeu que a prisão preventiva é necessária para garantia da ordem pública, dada a gravidade concreta da conduta do suspeito, destacando que, ao que tudo indica, Fábio Junior Ferreira Mendes deu dois tiros na cabeça da companheira.
“Os depoimentos demonstram o perigo concreto que a permanência do suspeito em liberdade acarreta para a sociedade em geral, para a investigação criminal, para o processo penal, para a efetividade do direito penal ou para a segurança social, sendo necessária a prisão preventiva. Outrossim, permitir que o indiciado responda ao presente crime em liberdade só contribuiria para manter em risco à ordem pública, aumentando o sobressalto da população, de modo que, certa a materialidade e havendo indícios de autoria do delito, legítima se afigura a prisão a fim de resguardar a ordem pública, haja vista o risco concreto de reiteração delituosa. Diante do exposto, converto a prisão em flagrante de Fabio Junior Ferreira Mendes em prisão preventiva”, diz a decisão.