Em pouco mais de 24 horas, três lojas localizadas na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, foram alvos de assaltantes. O problema, segundo os comerciantes, não é novidade na região, pois vem acontecendo de forma repetitiva há algum tempo. A cada fim de expediente, eles se questionam: quem será à próxima vítima?
Por volta das 1h51 da manhã, o salão que Carlos Ferreira administra foi invadido por um homem, que sem medo, quebrou o vidro da porta da frente. Em frente ao salão, além de um ponto de ônibus, há também um ponto de táxi, fato que não impediu a ação. “Ele entrou, pegou diversos produtos do salão e fugiu”, disse Calos. Segundo o cabeleireiro, nas imagens do circuito interno de TV é possível ver a ação do homem, que durou pouco. Esse é o décimo assalto em seu local de trabalho. “A gente registra o Boletim de Ocorrência, mas nada acontece. Entre os produtos que ele levou está uma máquina de barbear que custa em média R$ 1.600. O prejuízo total gira em torno de seis mil reais”, afirmou.
A poucos metros do salão, de forma audaciosa, às 2h30 da madrugada, dois homens arrancaram a grade da vitrine de outra loja, quebraram o vidro e levaram itens de decoração, R$ 85 que estava no caixa e 11 camisetas da marca Budha Khe Rhi, que vale, em média, R$ 120 cada uma. A proprietária do local, Kátia Soares, disse ao Diário que a ação foi muito rápida. “Durou cerca de três minutos. A Tática (empresa de segurança particular) me acionou e não demorou muito, eles já estavam aqui com a Polícia Militar”, disse.
Ela ressaltou que vai precisar reforçar a segurança da loja, que já conta com a segurança particular, além de alarmes, câmeras de segurança e grades na porta. “Agora é adotar outra grade na vitrine e repensar na maneira de utilizá-la”.
O prejuízo na loja, segundo Kátia, foi de cerca de R$ 15 mil. “Já virou rotina aqui, quase todo dia é uma ocorrência, muitos comércios aqui em volta já foram alvo também”.
Já na madrugada de terça-feira (27), uma loja de roupas íntimas sofreu tentativa de arrombamento. “O homem tentou tirar a grade e não conseguiu. Aparentemente, com raiva, quebrou o vidro da vitrine”, disse a gerente da loja, Stephanny Danelichen.
Mesmo com todo o investimento em segurança, a sensação é contrária. “A gente fica com receio, com medo. Entra cliente aqui, a gente já fica meio desconfiada”.
Nas imagens da câmera de segurança, o homem aparentava ser morador de rua e, quando percebia a aproximação de um carro, deitava no chão, fingindo estar dormindo.
Essa mesma característica foi observada pelos outros comerciantes. Os invasores dos estabelecimentos também se pareciam com moradores de rua, que estão espalhados pela região, especialmente na Praça Oito de Abril. “Aqui no entorno tem casas abandonadas, e os usuários de droga sempre pulam o muro para se abrigar; então, nossa suspeita é de que sejam eles mesmos”, finalizou.
Com a aproximação do final do ano, os comerciantes temem novas ações. Sendo assim, além da segurança particular de cada estabelecimento, o grupo deve se reunir para cobrar mais policiamento na região.