A perda de fazendas na Justiça teria levado Aníbal Manoel Laurindo a mandar matar o advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, em Cuiabá, segundo o delegado responsável pela investigação, Nilson Farias. O investigado foi preso nesta segunda-feira (11), após se apresentar na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O crime ocorreu em dezembro do ano passado.
Aníbal foi solto logo após ser ouvido. O advogado de defesa, Wander Bernardes, disse que o homem teve a prisão substituída por medidas cautelares diversas, como a tornozeleira eletrônica.
Sobre a motivação, o delegado informou que foi verificado que existe uma demanda de duas fazendas em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá. "Uma das fazendas pertence ao irmão de Aníbal e já teve um mandado de reintegração de posse, então ele perdeu a posse daquela terra. No momento da execução da sentença, começou a se discutir que a fazenda de Aníbal também pertenceria àquela mesma fatia da decisão. Ele entrou com uma intervenção tentando defender a sua posse, porém, estava prestes a perder também", disse.
Segundo o delegado, existe uma "crença" de que Zampieri teria influência em decisões no Tribunal de Justiça. Nilson garante que a investigação não encontrou nenhum indício até o momento.
Segundo a Polícia Civil, Roberto Zampieri era apenas o advogado do fazendeiro que pediu a terra de volta. De acordo com o delegado, o investigado já sabia do mandado de prisão temporária, porém, ele ainda não foi interrogado.
"Os elementos técnicos que já existem são suficientes para o indiciamento, independente de falar ou não. A esposa também é suspeita, existem transações bancárias e elementos que colocam ela diretamente ligada também à essa execução. Ela passou mal ao saber da prisão e, está internada em tratamento. Segundo o advogado de defesa, ela também vai se apresentar", disse.
O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do passageiro, e fugiu em seguida.
As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.
De acordo com o delegado, o atirador utilizou uma caixa revestida com saco plástico para esconder a arma do crime, e que o objeto também pode ter sido usado para abafar o som dos disparos.
Prisões dos acusados
Três pessoas permanecem presas e foram indiciadas pela Polícia Civil pelo homicídio do advogado, são elas:
Antônio Gomes da Silva - suposto atirador
Hedilerson Barbosa - suposto intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato
Etevaldo Luiz Caçadini - suposto financiador
Segundo a Polícia Civil, eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado pela traição, por emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
Ainda de acordo com a polícia, outro agravante do crime foi o fato de ter sido praticado mediante pagamento ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas pela morte do advogado. Segundo as investigações, o suposto executor (Antônio Gomes) foi contratado pelo valor de R$ 40 mil. Já o intermediário (Hedilerson Barbosa), despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada no próprio nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, mesma data do crime.
O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense, ainda conforme investigações. Antônio Gomes teria ido até o escritório do advogado um dia antes de cometer o crime. Além disso, ele teria vigiado a vítima por 30 dias antes do assassinato.
O coronel do Exército Brasileiro Etevaldo Luiz Caçadini foi preso, em Belo Horizonte, Minas Gerais, suspeito de financiar a morte do advogado. O suspeito de atirar contra o advogado foi preso no dia 20 de dezembro, no município de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o delegado, o homem confessou que atirou contra Roberto.
Já o suspeito de ser o intermediário foi preso dois dias depois, também em Belo Horizonte. O delegado Nilson Farias desistiu de indiciar a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, que, segundo as investigações era investigada de ter ordenado o assassinato do advogado. O comunicado foi feito pela polícia, após o depoimento do coronel do exército.
Segundo o delegado, não existem provas de que a empresária tenha encomendando o assassinato. Maria Angélica foi presa no dia 20 de dezembro, em Patos de Minas (MG), mas conseguiu liberdade após decisão da Justiça no dia 18 de janeiro.
MARIA AUXILIADORA
Quarta-Feira, 13 de Março de 2024, 13h22Carlos alves
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