O policial civil Petrônio da Costa Jorte, acusado de matar Ivan Campos Lopes, 28, e atirar no policial militar, Evandro Leonardo da Silva, 27 anos, na saída da casa noturna Pump Chopp Grill, se apresentou na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP)  na manhã desta segunda-feira. O tiroteio aconteceu na madrugada de sábado no bairro Morada do Ouro.

Em depoimento ao chefe da DHPP, delegado Silas Caldeira, o policial confirmou sua participação na cena do crime e descartou a hipótese de que o tiroteio ocorreu diante de uma tentativa de assalto. A possibilidade foi apontada no primeiro boletim de ocorrência, registrado na Central de Flagrantes, na madrugada de sábado. 

Caldeira, porém, não deu detalhes sobre a versão do policial civil sobre o caso para não prejudicar as investigações. “Ouvimos o que o policial nos disse, mas não vamos divulgar nada até que tudo seja esclarecido. Temos que ouvir testemunhas e a vítima que sobreviveu antes de nos pronunciarmos oficialmente”, afirmou o delegado.

Ainda conforme o delegado é possível que o policial civil seja afastado de suas funções até que o caso seja esclarecido. “Cabe a corregedoria da Polícia Civil esta decisão”, afirmou, ao garantir que as investigações não serão conduzidas de forma imparcial e sem corporativismo mesmo pelo fato de envolver um integrante da Polícia Civil. "Vamos buscar esclarecer a verdade dos fatos com insenção", afirmou.

O CASO

Na madrugada de sábado, um tiroteio entre o policial militar, Evandro Leonardo da Silva, seu amigo, Ivan Campos Lopes, e o policial civil, culminou com a morte de Ivan e deixou Evandro ferido.

No primeiro boletim de ocorrência feito pela manhã de sábado, foi relatado que o PM e o amigo reagiram a uma tentativa de assalto e foram baleados por um suposto bandido. Evandro foi socorrido e não corre risco de morte. Já Ivan, morreu após dar entrada no pronto-socorro de Cuiabá.

Já no segundo documento registrado na mesma tarde, a Polícia Militar acusa o policial civil identificado como Petronio da Costa Jorte, como o autor dos disparos que feriu o PM e matou o seu amigo. Imagens do circuito interno de segurança da boate mostram que Evandro, Ivan e o policial civil discutiram durante a noite.