Moradores de Paranatinga (373 Km ao sul de Cuiabá) fizeram uma manifestação na porta da Cadeia Pública do município na noite desta terça-feira (25) exigindo a liberação do estuprador Jeverson Aparecido da Cruz, 24, preso pela Polícia Civil depois de confessar que estuprou e matou a menina Kimberly Rethiele Freitas Sales, 9, que estava desaparecida desde do último sábado (22). O ato terminou com um portão da cadeia quebrado, algumas pessoas feridas e uma viatura da Força Tática apedrejada e dessa forma um boletim de ocorrência foi confeccionado. Os demais presos da unidade ficaram sem jantar devido o tumulto.
Participaram do ato, familiares e amigos da vítima, bem como pessoas que não conheciam a menina, mas ficaram indignadas diante do crime e da comoção social que gerou na cidade de 20,3 mil habitantes. Em meio ao protesto e o clamor popular, uma vez que a população queria linchar o acusado e “fazer justiça com as mãos”, o preso foi retirado às pressas pelas portas do fundo e transferido para Rondonópolis (212 Km ao sul de Cuiabá). A Polícia Militar foi acionada para conter os ânimos e homens da Força Tática entraram em ação.
No protesto, houve tentativa de invasão à unidade e um dos portões foi quebrado. Apesar disso, tinham outros portões que impediam o acesso. Dessa forma, não conseguiram adentrar até o local onde estava o criminoso sexual. Revoltados, alguns manifestantes atiraram pedras e pedaços de madeira contra as viaturas da Polícia Militar. De acordo com a Polícia Civil, algumas pessoas sofreram ferimentos leves.
Os ânimos só foram acalmados depois que um familiar da criança foi autorizado a entrar na unidade acompanhado da promotora de Justiça, Solange Linhares Barbosa, e do juiz Valter Fabrício Simioni da Silva, e constatou que o estuprador não estava mais lá. A partir dai, o movimento começou a dispersar.
Agora, a Polícia Civil irá apurar os atos de depredação à viatura e também o portão da Cadeia que foi derrubado. Para isso, espera contar com o apoio de filmagens realizadas durante a manifestação. Uma servidora da delegacia explicou que o boletim de ocorrência precisou ser confeccionado para justificar as avarias na viatura e também no portão da Cadeia Pública. A Polícia Civil já ouviu familiares da menina e também a irmã e o cunhado do criminoso. Jeverson era de Cuiabá e foi para Paratinga há 5 meses morar com a irmã. Lá, ele trabalhava como gari juntamente com o padrasto da criança e passsou a frenquentar a casa dela ganhando a confiança da criança e dos seus familiares. Ela desapareceu no sábado e o corpo foi localizado no começo da tarde desta terça-feira depois que ele confessou o crime e aponto o lixão onde tinha abandonado o cadáver. Ele praticou o abuso e depois matou a menina enformada com as mãos.
Condenação
Jeverson Aparecido Cruz foi condenado por estuprar criança e mesmo assim se beneficiou com progressão de regime em 2013
Jeverson foi condenado a pena de 7 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. De acordo com a denúncia, o criminoso, aproveitando a proximidade que mantinha com a vítima, uma criança de 6 anos – que passava os dias na casa da vizinha dele, para que sua mãe pudesse trabalhar – fazendo uso de violência e grave ameaça, levou-a até um matagal, onde a obrigou a manter com ele relações sexuais e ainda praticar sexo oral.
Atualmente, ele deveria estar cumprindo a pena no regime semiaberto como pleiteou a Defensoria Pública no ano passado, ocasião em que o Ministério Público foi contra por entender que ele não reunia os requisitos suficientes para receber a progressão de regime. Mesmo assim conseguiu o benefício.
Pelas regras impostas, deveria recolher-se diariamente, de segunda-feira a domingo, inclusive nos feriados, na Casa do Albergado de Cuiabá para o repouso das 19 horas às 6 horas do dia seguinte. Ele ganhou “liberdade" no dia 17 de outubro de 2013 quando passou a cumprir a pena no regime semiaberto. As imposições a serem cumpridas no semiaberto foram estabelecidas durante audiência admonitória realizada na 2ª Vara Criminal – Execuções Penais no Fórum de Cuiabá, presidida pelo juiz Geraldo Fernandes Fidélis Neto, titular da 2ª Vara Criminal.