A agente aposentada da Guarda Municipal em Várzea Grande, Adanary Silva Toledo Pizza, 55 anos, acusou um funcionário da concessionária de veículos Gramarca de injúria racial. O caso foi registrado na Polícia Civil na última quarta-feira (4).

De acordo com Adanary, um vendedor da empresa teria insinuado que ela não teria condições financeiras de trocar um carro por um veículo mais caro. Ela acredita que o comentário foi feito por conta da cor de sua pele.

A empresa se pronunciou por meio de nota, afirmando que irá abrir sindicância para apurar o caso. Conforme o boletim de ocorrência da PJC, Adanary Pizza relatou que no dia 3 de novembro recebeu uma ligação de um vendedor fazendo uma proposta para trocar seu veículo Onix por um outro veículo, uma Tracker.

Segundo a vítima, ela recebeu várias informações do vendedor identificado como R., momento em que ficou combinado que ela iria procurá-lo no outro dia para tratar dessa possível troca. Ela informou que voltou na quarta-feira (4) e deixou o carro na concessionária, no Box 6, para fazer uma revisão.

Nesse momento, disse que um outro vendedor, identificado como Y., a atendeu. Na conversa, ela lembrou da proposta que teve de R. sobre a  troca do veículo e que ela queria ver, pois estava muito insatisfeita com o carro atual.

A servidora aposentada disse que foi perguntada sobre qual era o modelo do carro, valor e parcela. Em resposta, ela disse que pagava R$ 1.398,00 e que estava também pagando a parte traseira das prestaçoes para quitar logo e trocar de carro. 

Nesse momento, contou que Y. perguntou se ela não queria trocar por um Onix, automático, já que o dela era manual. Adanary respondeu que estava muito insatisfeita com o Onix que tinha, alegando que ele apresentava muitos problemas.

A vítima disse que, após sua fala, o vendedor teria dito: "Vai ficar muito caro pra você." Conforme o boletim, a vítima pediu para ele não falar que o carro era caro, porque ele não sabia das condições financeiras dela ou quanto ela ganhava para afirmar que o veículo era caro para ela.

O vendedor teria dito que R$ 1.500,00 seria caro para ela e, então, emendou dizendo: "Vamos ver então." Ela disse que respondeu que com o funcionário não veria mais nada, porque ele a julgou por causa do tom de pele e das roupas, e não pelo seu poder aquisitivo.

A vítima informou que saiu dali e foi esperar o carro dela sair da revisão. O funcionário teria ido atrás dela, pedindo desculpas por tê-la tratado mal, reconhecendo que havia errado e que não deveria ter falado daquela forma com ela.

A vítima reiterou que o homem a julgou e que não foi a primeira vez que sofreu constrangimento na Gramarca. O caso encontra-se sob investigação da Polícia Civil.

OUTRO LADO

A empresa lamenta profundamente o ocorrido relatado pela cliente e informa que já tomou ciência da situação. Reiteramos nosso compromisso com a construção de um ambiente respeitoso, inclusivo e igualitário para todos os nossos clientes e colaboradores. Assim que recebemos a denúncia, instauramos uma sindicância interna para a apuração rigorosa dos fatos. Garantimos que todas as medidas cabíveis serão tomadas de acordo com o que a situação requer.

Não toleramos qualquer forma de discriminação ou conduta inadequada e reforçamos que nossos colaboradores participam regularmente de treinamentos voltados para a promoção de um atendimento ético, respeitoso e igualitário. Reafirmamos nosso compromisso em assegurar que os valores de respeito, ética e inclusão sejam pilares fundamentais de todo o nosso processo de atendimento ao cliente.

Estamos à inteira disposição da cliente e das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários.