Preso no último final de semana em Maceió (AL), durante a deflagração da Operação W.O., o tesoureiro geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, possuía entre seus bens até mesmo um mercado, em Várzea Grande. Os investigadores destacaram ainda que, somente em veículos de luxo, ele teria movimentado mais de R$ 2 milhões em patrimônio.
A decisão aponta que Paulo Witer Farias Paelo, o “Paulo Ita” ou “WT”, teria assumido a função de tesoureiro geral dentro do Comando Vermelho. Ele seria um ‘antigo conhecido’ das forças de Segurança Pública e, desde que foi solto, vinha ostentando publicamente a posse de veículos de luxo, estilo de vida regado a viagens, eventos e shows, de maneira incompatível com sua capacidade econômica.
De acordo com as investigações, os valores angariados com os crimes e aqueles oriundos de sua atividade enquanto tesoureiro geral, são ocultados ou dissimulados no mercado financeiro, através de investimentos por "laranjas", em aquisições de imóveis, construções imobiliárias e automóveis, com atuação em prol da organização criminosa e da garantia do proveito econômico dos crimes. Até um imóvel na região do Manso e um mercado faziam parte do patrimônio do suspeito.
“Narra a autoridade policial que por meio de campanas e diligências in loco, foram identificados diversos veículos de alto valor conduzidos/utilizados efetivamente por ‘Paulo Ita’, e a propriedade de imóveis de alto padrão (Condomínio Primor das Torres, Loteamento na Região do Manso) bem como de comércios (Supermercado Alice), os quais, em que pese terem sido adquiridos em nome de terceiros (pessoas de seu relacionamento e alvos da presente representação), são efetivamente utilizados por ‘Paulo Ita’ em proveito pessoal ou, ainda, para lavagem de capitais da organização criminosa”, diz a decisão
Paulo Witer Farias Paello, conhecido como W. T, usava o time de futebol amador, "Amigos do WT", como forma de lavar dinheiro do crime organizado por meio da “lavagem do bem, ou seja, como forma de assistencialismo em bairros periféricos de Cuiabá. O 'tesoureiro' do Comando Vermelho foi preso, juntamente com o do centroavante do time, o jogador Alex Junior Santos Alencar, vulgo "Soldado", em Alagoas, na cidade de Maceió, no final de semana, durante um torneio de futebol.
Detalhes da atuação do criminoso foram reveladas pelos delegados que estão à frente das investigações da Operação Apito Final, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil, na manhã de terça-feira (2) para cumprimento de 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias dos alvos investigados num esquema de R$ 65 milhões.
A investigação da GCCO, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal, recentemente posto em liberdade, utilizava diversas pessoas - entre amigos, familiares e advogados que atuavam como 'laranjas' - para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.
Os mandados judiciais foram deferidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (Nipo) e cumpridos em Maceió (AL) e nas cidades mato-grossenses de Cuiabá, São José dos Quatro Marcos e Chapada dos Guimarães.