Os dois cabos da Polícia Militar que foram presos na tarde do último sábado (2), suspeitos de terem facilitado a fuga da quadrilha que assaltou uma agência do Banco Sicredi em Brasnorte (a 571 km de Cuiabá), na última quinta-feira (31 de julho) foram identificados como Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva. Amaral recebe um salário de R$ 11.896,64 e Alan, R$ 12.472,51.
Ambos passaram por audiência de custódia nesta segunda-feira (4), ocasião em que a prisão em flagrante foi convertida em preventiva pelo juiz Laio Portes Sthel, do Plantão da Comarca de Brasnorte. Eles foram presos por suspeita de envolvimento nos crimes de corrupção passiva e prevaricação, relacionados ao roubo qualificado à agência da Cooperativa, além de associação criminosa armada e sequestro.
Consta nos autos o depoimento de Gabriele Costa Tavares, esposa de um dos criminosos presos. Ela afirmou que seu marido teria feito um acordo com policiais militares, os quais receberiam uma quantia em dinheiro para "fazer vista grossa", atrasar a resposta à ocorrência e dificultar o trabalho das forças de segurança, inclusive dando informações que ajudariam a quadrilha.
Gabriele relatou ainda que uma das reuniões para planejar o crime ocorreu em sua própria residência e que ela receberia R$ 150 mil por sua participação.
Segundo o depoimento, os dois policiais, que estavam de plantão no dia do crime, também teriam a função de simular um confronto, com disparos de arma de fogo, no momento do assalto, o que evidencia a gravidade concreta dos fatos.
Em seu despacho, o juiz destacou que a prisão preventiva é uma medida excepcional, uma vez que, pela Constituição, todo acusado é considerado inocente até que se prove o contrário. Assim, essa forma de prisão só se justifica quando há requisitos legais que a autorizem.
No caso em questão, o magistrado entendeu que há provas da ocorrência do crime (materialidade) e indícios suficientes da participação dos acusados.
"No caso, verifico haverprovas da existência de materialidade e indícios suficientes de autoria, constatados por meio do boletim de ocorrência, termos de depoimento dos condutores e testemunhas, termos de interrogatório policial. Por seu turno, a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva para garantia da ordem pública deve ser a medida ser tomada", traz decisão.
O CRIME
Nesta segunda-feira (4), o delegado Sued Dias Júnior durante coletiva de imprensa informou que Até o momento, 14 pessoas estão presas, sendo que 12 têm envolvimento direto no crime. Dentre os bandidos, estão os dois policiais militares que foram presos por envolvimento no roubo da agência bancária do Sicredi.
“As investigações apontaram que os empresários faziam parte da rede de apoio que garantiu logística, fuga e ocultação dos autores diretos do roubo. Um deles, por exemplo, cedeu o próprio estabelecimento comercial para que o grupo se escondesse e fizesse a divisão do dinheiro logo após o crime. Dois ou 3 deles eram empresários locais em Brasnorte que resolveram se aventurar nesse roubo mal-sucedido”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, o roubo foi planejado com pelo menos 20 dias de antecedência. Os criminosos utilizaram 3 veículos, incluindo uma Hilux roubada, que ficou escondida por um dia em uma área de mata.
Conforme já noticiado pelo GD, 4 homens armados invadiram a agência por volta das 14h de quinta-feira (31), fizeram reféns e fugiram em direção a Juína (735 km ao noroeste). Durante o trajeto, dois reféns foram liberados, um a cerca de 3 km de Brasnorte e outro a quase 10 km.
Os criminosos não deixaram a cidade e, após o crime, contaram com a ajuda dos empresários para se esconderem e fazerem a divisão do dinheiro. A quantia levada, até o momento, não foi divulgada.
Parte dos criminosos foram presos em Vilhena (RO) na madrugada de sábado (2), durante uma operação integrada. No local estavam os dois autores diretos do assalto, o motorista do HB20 e mais dois homens ligados a fuga.
Outros dois irmãos, que também deram suporte ao bando, foram presos, um era recepcionista do hotel onde os criminosos se hospedaram, e o outro, como mecânico, escondeu o carro utilizado na fuga na oficina do pai. Enquanto isso, em Brasnorte, a Polícia Militar efetuou outras 4 prisões, incluindo dois suspeitos de participação direta na invasão da agência e o motorista do carro clonado usado no roubo da Hilux.
A Polícia Civil já solicitou o bloqueio de contas bancárias dos envolvidos e a quebra de sigilo bancário. Há indícios de que parte do dinheiro tenha sido depositada em contas de terceiros, porém o valor total ainda não foi divulgado oficialmente, os investigadores confirmaram que o objetivo dos empresários era enriquecimento pessoal.
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Terça-Feira, 05 de Agosto de 2025, 11h18Cuiaba
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