Imagens disponibilizadas pela Delegacia Fazendária mostram que o servidor do Detran de Mato Grosso, Roberto Ramos dos Santos, levava uma vida de alto padrão em Cuiabá. Além de um carro de luxo na garagem, os policiais se surpreenderam com os artigos de decoração da residência.

Policiais ainda tomaram conhecimento que era comum Roberto fazer viagens pelo Brasil e exterior. Na página dele nas redes sociais, há várias fotos em viagens. A delegada Cleibe Aparecida de Paula, informou que o servidor deve responder por enriquecimento ilícito.

Além de Roberto, foi preso nesta quinta-feira, o servidor do Detran Heráclito Costa e Silva. Ex-chefe de várias Ciretrans no Estado, ele é suspeito de colaborar com o esquema.

O esquema que resultou na prisão do servidor público começou a ser desarticulado depois que o diretor da Ciretran de Chapada dos Guimaraes foi procurado pelos envolvidos com proposta para acelerar o tramite de processos de transferência da documentação de veículos dentro do Detran. Ele simulou aceitar e comunicou o Detran, em Cuiabá, que acionou a Polícia Civil para investigar.

Inicialmente seriam transferidos um automóvel Corolla e uma caminhonete S10, ambos os veículos com placas de Várzea Grande. Para cada documento seria pago R$ 200,00. "Eles chamam de 'pula pula', que é colocar o procedimento na frente, dar preferência. Esse servido é chamado também de vip. Pegam o procedimento, vão no Ciretran pagam a taxa e depois pagaria para o chefe do Ciretran e saíram na hora com o documento, por isso é 'pula a pula'", explicou o delegado Diego Alex Martiminano. “Eles não conseguiram implantar o esquema, que seria permanente, se o chefe da Ciretran tivesse aceitado. Um procedimento que demoraria dias seria feito na hora”, completou.

O despachante Naianderson Godinho da Rocha e o ex-servidor Antônio Jefferson foram presos em flagrante no momento que entregaram documentos de dois veículos e o pagamento ao diretor, na Ciretran em Chapada. “A primeira vez que foram na Ciretran propuseram o esquema criminoso, o chefe do Ciretran simulou que aceitou. Quando foram levar os documentos para os procedimentos, esses dois presos de hoje não foram. Mas nos depoimentos do chefe do Ciretran, quando foram lá aliciar e oferecer a proposta, e dos presos, falam que  todos estavam juntos. Então representamos pela prisão desses dois e buscas na casa dos quatros”, explicou o delegado.

Todos os quatro envolvidos estão detidos na Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães.