Polícia Quarta-Feira, 02 de Julho de 2025, 17h:08 | Atualizado:

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15 ANOS

Vítima de agressão faz relato emocionado em MT

 

MARIANA DA SILVA
GAZETA DIGITAL

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CASO DEBORA SANDER.jpg

 

Alívio é o sentimento que a personal trainer Débora Sander descreve após a condenação do agressor, o ex-namorado e policial Sanderson Ferreira de Castro Souza, preso em 1º de setembro de 2024, por espancar a vítima. A sentença foi proferida no final de maio e ele vai cumprir 15 anos de prisão em regime fechado. Em vídeo publicado em seu Instagram na terça-feira (1º), a mulher celebra que agora sente a Justiça sendo feita.

O caso repercutiu nas redes sociais em 2024, devido à coragem da vítima em expor a situação. Mesmo ferida, com muitos hematomas no rosto, Débora contou sua história e incentivou que outras vítimas fizessem o mesmo. Em entrevista ao GD, hoje Débora relembra que o relacionamento se mantinha devido à dependência emocional. Na época em que conheceu o agressor, ainda vivia o luto da viuvez recente. 

“Quando eu saí do luto eu encontrei ele. O cara mais maravilhoso, mais incrível do mundo. É assim que o narcisista se apresenta. Logo depois de um tempo, fomos morar juntos e começaram as revelações, mostrou quem ele era. Agressões verbais, emocionais, com o tempo vieram agressões físicas. O estopim de tudo foi quando eu tentava sair de casa e ele me ameaçava. Dizia que se eu largasse dele, ele mataria meu filho e aí eu o denunciei”, relembra.

Segundo a vítima, mesmo tendo denunciado a violência, o companheiro não foi preso em flagrante. Ela acusa corporativismo, pois quando colegas policiais chegaram para atender a ocorrência de uma agressão física sofrida a coagiram a não denunciar e não o prenderam.

“Eu toda machucada, sangrando, não fui levada para o hospital. Foi prevaricação. Não prestaram socorro, omitiram e ainda me coagiram para que eu não fosse à delegacia. Mas eu fui à delegacia depois que eles foram embora, fui sozinha, com carro de aplicativo no plantão da mulher”, descreve.

Quase um mês depois, Sanderson foi preso. A vítima relata que reuniu forças para denunciar o caso e expor na internet por medo do agressor, que contava com apoio dos colegas policiais. “Ele era lotado na Polinter. A única coisa que a polícia fez foi dar uma licença-prêmio para ele curtir. Nem tirou a arma dele. As denúncias que fiz na internet foram para buscar justiça. Nesse tempo eu fiquei fugida, porque como ele estava armado e me ameaçava, eu fugi para outra cidade”, conta na gravação.

Apesar da prisão e condenação do agressor, Débora carrega traumas. Segundo ela, seu psicológico ficou extremamente abalado a ponto de ter medo de andar na rua à noite e de que homens se aproximassem dela. A vítima recorda quando esteve na delegacia para prestar depoimento e somente o fato de ver um policial com uniforme e arma semelhantes aos do ex sentia pânico.

Hoje, Débora espera que o agressor permaneça preso e seja exonerado. Ao GD, a advogada da vítima, Karime Oliveira Dogan, destaca a coragem da cliente, que, mesmo diante das agressões, buscou ajuda. “A Débora enfrentou tudo sozinha, foi na delegacia, registrou b.o., fez o exame de corpo delito. Na época, a prisão dele não foi decretada, pois foi dada licença-prêmio e ele viajou para o Rio de janeiro e passou a postar fotos e vídeos comemorando a viagem e a nova vida de solteiro”, cita.

A advogada pontua que a prisão do policial é resultado da pressão social e do trabalho conjunto desenvolvido por ela, como defesa da vítima, e da equipe da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher.

“Conseguimos que a licença-prêmio fosse suspensa com a determinação imediata do comparecimento dele na instituição da Polícia Civil. Nesse intervalo dele retornar para Cuiabá, a investigação teve prosseguimento e o mandado de prisão saiu, cumprido no dia 1º de setembro de 2024”, narra.

Desde então, Sanderson segue preso e teve todos os recursos com pedido de liberdade negados. A audiência de instrução foi realizada em 29 de novembro de 2024 e a sentença proferida em maio deste ano. A advogada cita que a defesa do réu já entrou com recurso. “Esperamos que a condenação seja mantida pela segunda instância, diante das robustas provas no processo que resultou, inclusive, na sentença favorável em primeiro grau”, conclui.

Débora finaliza com uma orientação para mulheres que passam pela mesma situação: “A minha mensagem é que as mulheres criem coragem de denunciar, de confiar na justiça, tem pessoas iguais à doutora Karime, que está aí capacitada, auxiliando e trazendo para nós uma vitória. A Justiça é para todos. Aqui fora tem uma rede de apoio, as pessoas precisam conhecer um pouco mais sobre as leis, principalmente a Maria da Penha. Quem está passando por isso precisa buscar o conhecimento.”, finaliza.

Repercussão

Em vídeo publicado em seu Instagram nessa terça-feira (1), Débora agradece o apoio dos seguidores e amigos que acompanharam o caso desde o início e enviaram a ela boas energias e orações para enfrentar o processo. Ela também encorajou outras vítimas a denunciar e buscar por justiça.

“Eu passei por muitos testes, muitas provas e eu quero falar para vocês, mulheres, acreditem, tem uma rede de apoio aqui fora, você precisa denunciar, acabar lá com esse ciclo de violência doméstica. Eu não posso pontuar as pessoas e nomear porque foram muitas pessoas que me ajudaram, mas quero agradecer de coração todo o apoio e falar que a gente precisa de mais Déboras, mais mulheres que vão colocar sua cara tapa e que denunciem. Vocês não estão sozinhas. Vamos acabar com esse ciclo de violência”, disse.

O caso

Na madrugada de 4 de agosto de 2024, Débora acionou a polícia após ser agredida brutalmente pelo namorado na casa onde eles moravam em Cuiabá. Segundo ela, em dois anos de relacionamento, havia sofrido 4 agressões e decidiu registrar boletim de ocorrência e buscar medida protetiva, além de expor o caso nas redes sociais.

Em 1º de setembro, o ex-namorado de Débora, policial Sanderson Ferreira de Castro Souza, teve a prisão cumprida em uma residência na Morada do Ouro. Na época, Débora temia que ele fosse solto e inclusive com risco a vida de seu filho, que teria sido ameaçado. Ela chegou a se mudar de Cuiabá e passou o período aguardando pelo julgamento.





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Comentários (3)

  • Bem feito

    Quinta-Feira, 03 de Julho de 2025, 08h01
  • 15 anos foi pouco......pra aprender!!! Vai pro olho da rua ; e preso ainda !!!
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  • Edu

    Quarta-Feira, 02 de Julho de 2025, 22h21
  • 15 anos , pena esta desproporcional, deve ser revista, nem homicídio as x o cara pega essa pena
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  • Cuiabano

    Quarta-Feira, 02 de Julho de 2025, 19h05
  • Eu confio na justiça.
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