Política Quarta-Feira, 11 de Junho de 2025, 12h:45 | Atualizado:

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DESGATES

Alvo de operação, vereador está liberado para deixar o PL

Presidente da legenda garante que a anuência foi concedida antes da operação

BRENDA CLOSS
Da Redação

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ANANIAS - CHICO 2000.jpg

 

O presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso e secretário de Governo de Cuiabá, Ananias Filho, esclareceu que a carta de anuência concedida ao vereador Chico 2000 para deixar a sigla foi assinada antes da deflagração da Operação Perfidia, em 29 de abril deste ano, que investiga suposta compra de apoio político durante a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. 

Segundo ele, a carta de anuência foi dada em 19 de fevereiro deste ano. “Foi um pedido pessoal do vereador, feito já no início do ano. Tentamos convencê-lo a ficar, mas ele insistiu, e a anuência foi assinada por mim, pelo presidente nacional Valdemar Costa Neto e pelo Benedito Lucas”, explicou Ananias. “Não tem relação com qualquer operação ou investigação”, explicou em entrevista à Rádio Cultura FM, nesta quarta-feira (11).

A Operação Perfídia investiga um esquema de corrupção envolvendo dois vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no prédio do Legislativo, incluindo os gabinetes dos parlamentares. Além de Chico, outro alvo foi o vereador Sargento Joelson (PSB). Os dois foram afastados dos cargos por decisão judicial, mas continuam recebendo salários. 

Apesar da liberação formal, Chico ainda não se filiou a outro partido e permanece no PL. Ananias reforçou que o partido não fará pré-julgamento. “Seria ruim para o partido prejulgar algo. O processo está no inquérito, não fomos atrás de detalhes e aguardamos os desdobramentos”, ponderou. 

RESCALDO – A permanência de Chico no PL fica cada vez mais incerta, considerando que na última semana ele foi alvo de nova operação. Dessa vez, ele é investigado por um possível esquema de compra de votos durante as eleições de 2020. A denúncia foi apresentada pelo prefeito Abilio Brunini (PL) em 2024, antes do início oficial da pré-campanha municipal.

O ainda deputado federal foi o responsável por levar à Polícia Federal a denúncia que culminou na deflagração da Operação Rescaldo. Ele encaminhou à PF capturas de tela de conversas no WhatsApp, nas quais pessoas que se diziam cabos eleitorais negociavam votos supostamente em nome de Chico 2000. A revelação provocou desgaste interno para Chico dentro do partido. 

Pouco tempo depois, ele foi destituído da presidência do diretório municipal, cargo que passou para Abilio, com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para encabeçar a candidatura à Prefeitura de Cuiabá. A relação de Chico com o PL se deteriorou, chegando ao ponto de ser afastado de eventos do partido — em uma ocasião, foi impedido por seguranças de se aproximar de Bolsonaro durante visita a Cuiabá. 

O inquérito que deu início às investigações tinha cerca de 50 páginas. Segundo o documento, os supostos cabos eleitorais atuavam em bairros da capital, identificando eleitores e oferecendo vantagens. Entre os “benefícios” estavam o transporte no dia da votação, pagamento em troca de apoio e ajuda para regularização de títulos eleitorais.





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