Pré-candidato à prefeitura de Cuiabá, o deputado federal Abilio Brunini (PL) foi alvo de críticas por defender a soltura do assassino de Marielle Franco (Psol), morta em 2018, durante votação na sessão dessa quarta-feira (10) na Câmara Federal. Vale destacar que apesar de ser necessária a aprovação do Legislativo para que um parlamentar seja preso, o que ocorre é que Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) teve o mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), justamente, por estar atrapalhando a Justiça durante todos esses anos. 

Chiquinho foi preso no dia 24 de março junto com o irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe de polícia no RJ, na época da morte da vereadora. Todos são acusados de participação na morte da parlamentar, com base na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como executor do crime.

O parecer da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara defendeu a manutenção da prisão de Chiquinho concordando com a tese do STF de que a medida cautelar era necessária por atos de obstrução à Justiça. “Claramente configurado o estado de flagrância do crime apontado, seja por sua natureza de permanência, seja pelo fato de que os atos de obstrução continuavam a ser praticados ao longo do tempo”, diz trecho do parecer. 

A Câmara aprovou o parecer por 277 votos a favor e 129 contra. Eram necessários 257 para manter a prisão, ou seja, a maioria absoluta da Câmara. Outros 28 se abstiveram e 78 estavam ausentes.

O assunto gerou repercussão nas redes sociais e Abilio foi criticado pela incoerência em seu discurso de combate à violência, em defesa de leis mais rígidas, mas ao mesmo tempo votando pela soltura de um acusado de assassinato. “Mas o Brasão mandou matar e foi preso preventivamente justamente por estar obstruindo a justiça esses anos todos. Na minha visão a prisão foi acertada, assim como o caso da deputada Flor de Lis. Abílio novamente erra tentando seguir a bolha de Brasília”, diz um dos comentários de um seguidor.

"Uma pena não terem feito com o Daniel”. “Uai, por q (sic). Deixaram. Prender. O. Daniel? (sic)”. São outros comentários nas redes do parlamentar que compararam o caso com o do ex-deputado Daniel Silveira, preso pelo Supremo Tribunal Federal após gravar vídeo criticando os ministros do STF, e investigado no inquérito das fake news. 

‘Esse vídeo é o mesmo enredo que Lula e PT usam para falar inocente!”, pondera também um de seus seguidores. Isto porque Abilio utilizou de um vídeo do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) para justificar seu voto pela soltura de Chiquinho Brazão.

Além de Abílio, outros quatro de Mato Grosso votaram pela soltura do acusando de determinar a morte da vereadora. São eles: coronel Assis (União), Amália Barros (PL), Coronel Fernanda (PL) e José Medeiros (PL).