Política Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 14h:35 | Atualizado:

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DANOS AMBIENTAIS

Associação recorre ao STF para liberar hidrelétricas no Rio Cuiabá

Com a ADI, a autora contesta lei aprovada em MT proibindo tais empreendimentos

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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hidreletricas rio cuiaba

 

A Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra uma Lei de Mato Grosso que proíbe a construção de empreendimentos hidrelétricos no rio Cuiabá. A ADI, assinada por membros de um escritório de advocacia localizado numa região nobre de São Paulo (SP), defende que a Lei nº 11.865/2022, que teve seu veto derrubado pelos deputados estaduais de Mato Grosso, invade uma competência da União.

Na avaliação da Abragel, somente o Governo Federal poderia legislar sobre o rio Cuiabá. A ADI foi endereçada à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, na última quarta-feira (23).

“O rio Cuiabá, objeto da Lei Estadual aqui impugnada, localizado na Região Hidrográfica do Rio Paraguai, em parte do seu trecho integra o curso d’água formado também por trechos dos rios São Lourenço e Manso, sendo que o primeiro, em parte do seu trecho, constitui divisa entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por constituir uma unidade indivisível, o curso d’água tem o mesmo código ‘Otto’ em toda a sua extensão e o mesmo domínio, da União”, diz trecho da ADI.

O caso ainda não foi analisado pela presidente Rosa Weber. A Abragel se apresenta como um grupo “ativo entre seus diversos stakeholders, mediando interesses, oportunidades, riscos e desempenhando uma vigorosa atuação na consolidação de políticas públicas para o segmento”, representando, assim, interesses financeiros e burocráticos de agentes do mercado alheios às demandas e necessidades (inclusive econômicas) de toda uma cultura que se desenvolve a partir do rio Cuiabá.

Uma reportagem do portal ((o)) eco, de Michael Esquer, destrincha os danos ambientais, socioeconômicos e culturais que a construção de empreendimentos hidrelétricos acarretará no rio Cuiabá. Segundo a matéria, um estudo de impacto de hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai (BAP), do qual o rio Cuiabá é parte, aponta que 89% dos peixes deste fluxo d’água são de piracema – migradores, que transitam entre os cursos d’água e o Pantanal.

Com a construção de barragens, interrompe-se o fluxo destes peixes de piracema (migradores), das áreas de alimentação e desenvolvimento, nas planícies, com as regiões de desova, na cabeceira do rio. O próprio Pantanal, revela a reportagem, corre risco com as instalações dos empreendimentos hidrelétricos uma vez que o rio Cuiabá é fundamental nos regimes de seca e cheia da planície alagada, bem como o transporte de nutrientes e sedimentos imprescindíveis para todo o bioma pantaneiro.

Os povos tradicionais e populações ribeirinhas, de 12 municípios mato-grossenses que fazem parte da bacia do Cuiabá, também acompanham a discussão com apreensão. Os empreendimentos do mercado financeiro podem diminuir ainda mais o estoque de peixes, colocando em risco não só o meio de vida de milhares de famílias, como também alimentos de qualidade na mesa dos mato-grossenses.





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Comentários (11)

  • Léo

    Sexta-Feira, 25 de Novembro de 2022, 10h23
  • Esses "carniças" não vão destruir nosso rio. A população da baixada não vai deixar esses FDPs nem chegarem perto do nosso rio.
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  • Alan

    Sexta-Feira, 25 de Novembro de 2022, 10h17
  • Ativismo judicial é a pauta que as manifestações deveriam focar... Foi ao STF.. quer apostar que sai a Hidro???
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  • ARRUDA

    Sexta-Feira, 25 de Novembro de 2022, 09h37
  • SENHORES AUTORIDADES DE MATO GROSSO, NAO PERMITE A CONSTRUÇAO , QUEREM DESTRUIR O NOSSO RIOS. E PANTANAL QUE É A NOSSA FAUNA.
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  • LUIZ

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 17h44
  • Tem-se que investir em energia solar; esses "bandidos" não desistem de dar pontapé pro fim do nosso Rio Cuiabá.
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  • Cidadão Matogrossense

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 17h10
  • Passamos tanto tempo obedecendo períodos de piracema, estudando comportamento de peixes, etc, cuidando de um dos maiores e mais importantes formadores do Pantanal, aí vem uma turma querendo instalar hidrelétricas no Rio Cuiabá. Pra acabá!!! E só pra constar: escada pra peixe só serve pra peixe subir, e não descer (foi alternativa criada pra salmão, que quando sobe o rio pra reproduzir, uma vez na vida, morre). A energia solar pode não gerar energia durante o dia, mas economiza a água das hidrelétricas já existentes para ser utilizada à noite.
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  • Cidadão

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 15h52
  • Energia "limpa" que provoca a morte dos peixes do rio Cuiabá. Todos os mecanismos que, na teoria, poderiam auxiliar na reprodução dos peixes, na verdade não funcionam. Até onde a ganância do homem pode ir?
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  • Xicao

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 15h41
  • Energia limpa e sem impacto ao meio ambiente e energia solar, que além de promover a geração de emprego, nao trás impactos negativos ao meio ambiente.
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  • Paulo

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 15h40
  • OS CARA NAO DESISTEM MESMO......................PORQUE NAO VAO FAZER HIDRELETRICA LA EM SAO PAULO, ENTAO,.................FAÇAM NO TIETE................PARECEM URUBUS........
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  • Todos

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 15h33
  • NENHUMA VANTAGEM PARA O POVO VANTAGENS ECONÔMICAS PARA ESSES GRUPOS DE EMPRESÁRIOS
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  • Nilton

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 15h13
  • Wilson Santos se pronuncie...
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  • A quem beneficiaria essas PCHs?

    Quinta-Feira, 24 de Novembro de 2022, 14h56
  • Somente a meia dúzia que não se importa em destruir um patrimônio de todos (pantanal e seus afluentes) para ganhar mais dinheiro.
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