O resultado de uma auditoria realizada pela Controladoria Interna da Prefeitura de Rondonópolis (212 Km de Cuiabá) revela que as dívidas da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), empresa pública municipal, chegam a R$ 262,2 milhões. Conforme exposto pela auditoria, a situação da empresa é gravíssima e exige uma reestruturação financeira urgente.
A Controladoria Interna do Município constatou que o endividamento da Coder é severamente elevado, com dívidas muito superiores aos ativos totais da companhia. A análise demonstra ainda que, no último mandato da gestão municipal, houve um crescimento significativo das dívidas. Por sua vez, o dinheiro disponível em caixa é praticamente inexistente.
Os exames realizados foram concluídos nesta sexta-feira (17) e demonstram a real situação financeira da companhia. Do valor total de débitos, as dívidas com terceiros giram em torno de R$ 46,9 milhões, estando incluídos débitos com fornecedores diversos, como o comércio em geral.
Explanando um pouco mais o resultado, as maiores dívidas da companhia são tributárias, em específico Previdenciária, somando R$ 101,8 milhões e as demais dívidas tributárias chegando a R$ 80,5 milhões.
A Controladoria Interna relata que há evidências de prejuízo severo aos cofres públicos. Expõe que, diante da crítica situação, há a necessidade urgente de medidas para conter o crescimento do endividamento, a exemplo da reestruturação financeira, incluindo capitalização, renegociação de dívidas e revisão completa do modelo operacional, sob o risco de inviabilidade das operações. “A situação do passivo é crítica e requer atenção imediata, especialmente considerando o patrimônio líquido negativo da empresa”, consta.
Procurado pela reportagem, o prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira, disse que imaginava que o rombo na Coder fosse menor, sendo que aquilo que fizeram com a companhia na gestão passada é um ataque violento aos trabalhadores da companhia e ao erário público. “A gestão passada é uma gestão criminosa, que está deixando uma herança de prejuízos à população, principalmente àqueles que mais precisam”, criticou o gestor.
Diante dos resultados da auditoria, o prefeito continuou dizendo que a gestão passada fez uma gestão temerária, quebrando a Coder e dando calote nos trabalhadores. Agora, ele avalia que a sociedade está pagando caro pelo que chamou de administração irresponsável feita pelo ex-prefeito Zé do Pátio. “Não vou fazer como ele fez, o ex-prefeito Zé do Pátio deu calote nos trabalhadores, mas não vou aceitar isso na minha gestão”, externou.
Cláudio Ferreira informou ainda à reportagem que, depois da devida manifestação da Procuradoria Geral do Município, vai oficiar os órgãos de controle sobre a situação verificada na Coder, pretendendo abrir um debate para que, de forma conjunta, seja encontrada uma saída que não prejudique ainda mais a Prefeitura, os trabalhadores da empresa e a cidade de Rondonópolis.
Baseado em julgamentos anteriores do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), a auditoria recomenda também que “a administração deve promover a instauração de Tomada de Contas Especial para quantificar o dano ao erário e identificar seus responsáveis”.
Veio do Rio
Sábado, 18 de Janeiro de 2025, 12h39