O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Leonardo Bortolin (MDB), avaliou que o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a taxação de 50% em produtos brasileiros pode não passar de um blefe. O anúncio tem como “pano de fundo” uma carta onde o líder americano cita a "censura a redes sociais dos EUA" e uma suposta perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na manhã desta quarta-feira (9), enquanto conversava com jornalistas na sede AMM, Bortolin foi categórico ao rechaçar a medida, principalmente diante do agronegócio. Contudo, disse não acreditar que Trump vá realmente levar a medida adiante apenas para tentar intervir na política alheia.
"Eu acredito que por este motivo, ele não vai prejudicar uma nação inteira de mais de 200 milhões de habitantes, né? Não é possível que aconteça o maior líder mundial de acabar prejudicando uma sociedade como um todo devido a uma situação política nacional", afirmou.
A tarifa anunciada deve começar a valer no dia 1º de agosto e atinge diretamente o agronegócio, setor central da economia de Mato Grosso, colocando em risco as exportações de soja, carne bovina, milho e outros produtos agrícolas que têm forte participação no comércio exterior. Mesmo assim, Bortolin reforça a crença de que a medida tenha sido apenas uma ameaça diplomática.
"Então, eu acredito muito que isso não vai acontecer, porque com certeza traria um dano econômico muito grande para o estado de Mato Grosso, até que o estado consiga se reorganizar com outros centros consumidores ou importadores. Então eu quero crer que isso de fato não vai acontecer”, continuou.
O presidente da AMM lembrou que a economia de Mato Grosso está cada vez mais diversificada e industrializada, e que muitas das indústrias locais dependem da importação de matéria-prima. Uma taxação desse porte poderia, segundo ele, provocar um dano econômico significativo ao Estado, até que haja tempo para reorganizar os fluxos comerciais com outros centros consumidores.
Para Bortolin, embora os Estados Unidos sejam um mercado importante, o Brasil precisa seguir ampliando seus acordos e fortalecendo relações comerciais com diferentes blocos internacionais.
"Hoje os Estados Unidos ele não é o único grande mercado consumidor. Eu defendo que o Brasil ele tem que ter um alinhamento não só com os Estados Unidos, não só com a Europa, não só com a China, como a Índia também que é o maior o mercado consumidor hoje do mundo. Então, eu acredito que esse diálogo de abertura de mercados internacionais, ele tem que existir, mas eu sempre defendo a questão do fortalecimento comercial entre as Américas, ou seja, entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse.
Direitos Humanos
Quinta-Feira, 10 de Julho de 2025, 15h33