Botelho cobra bolsonaristas sobre revogação: "sumiram todos"

 

O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Eduardo Botelho (UB), criticou o fato dos deputados a favor de revogar a lei que proíbe a pesca de várias terem "sumido" após o final das eleições. Sem nomes, o parlamentar os convocou para a rediscussão da lei sancionada pelo Governo Estadual mesmo após gerar protestos por parte dos pescadores. 

"Eu quero inclusive defender a discussão que estava grande. Parou a discussão ou era só para a eleição? Cadê o povo que estava gritando ai. Cadê esses deputados? Era apenas para eleição? Acabou os defensores. Cadê eles? Fizeram vídeos e hoje ninguém tocou nesse assunto na sessão. Nas outras, era todos os dias", disparou Botelho na saída da sessão ordinária desta quarta-feira (30).

A Lei do Transporte Zero foi aprovada no ano passado e alterada em fevereiro deste ano, na tentativa de evitar que ela fosse derrubada judicialmente após uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme a lei, é proibido o transporte e comercialização de 12 espécies de peixes dos rios mato-grossenses pelos próximos 5 anos.

Durante a eleição municipal em Cuiabá, Botelho foi acusado de não ter feito "nada" para impedir a aprovação da lei no Parlamento Estadual por seu adversário Abilio Brunini (PL). No segundo turno, que Botelho não disputou, a bancada bolsonarista da ALMT apresentou um projeto de lei prevendo a revogação da lei. 

Ocorre que dos deputados que assinaram o PL, sendo Faissal Calil (Cidadania), Gilberto Cattani (PL) e Sebastião Rezende (UB), Elizeu Nascimento (PL), apenas Elizeu e Faissal foram contrários à lei ainda em 2023. À época, os únicos 'defensores ferrenhos' dos pescadores foram Wilson Santos (PSD) e Lúdio Cabral (PT), sendo que o petista também disputou o pleito municipal deste ano. 

Foi Lúdio, inclusive, que acusou a proposta de ser eleitoreira, além de explicar que o projeto de lei dos bolsonaristas não revogaria a proibição da pesca artesanal, mas sim a lei que trata das espécies, algo como se fosse um 'remendo'. Após a confusão, a bancada decidiu retirar da pauta a proposta. Abilio foi eleito no último domingo (27) e o assunto dos pescadores não foi mais tocado na Casa de Leis. 

Botelho se juntou ao coro dos que chamaram a atitude de eleitoreira. "Era só para eleição, só para ganhar voto, só mentira, é isso que eu não gosto. O governador foi infeliz, porque não falou a verdade, quem falou a verdade foi eu, sempre disse que o projeto era bom, mas eu não seria a favor por conta dos pescadores. Essa é a verdade", afirmou.