Presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Chico 2000 (PL) anunciou que primeira oitiva da Comissão Processante que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) foi cancelada devido ao pedido de saída da vereadora Edna Sampaio (PT). Seriam ouvidas testemunhas de defesa do gestor cuiabano, o ex-secretário Milton Corrêa da Costa Neto e o ex-secretário adjunto Gilmar Souza Cardoso, ambos alvos de operações policiais enquanto faziam parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

"A Comissão Processante do prefeito foi instituida conforme o decreto-lei 201/67 que diz: sorteia-se entre os desimpedidos três vereadores que ajustarão entre eles quem será presidente, relator e membro, não fala de suplentes. Encaminhamos a fala da vereadora à procuradoria para que não nasça qualquer prática de um ato  nulo que promova a suspensão de todo o processo. A procuradoria deve responder até hoje a tarde", explicou o presidente nesta terça-feira (2).

Momentos antes, o vereador Wilson Kero Kero (PMB), que preside a comissão, não poupou críticas a colega. Na opinião do legislador, a petista atrapalhou o andamento da investigação contra o prefeito para "fugir" da Comissão Processante da qual ela é alvo na Casa das Leis. "Ela sumiu para não ser notificada porque ela responde o processo dela na Casa e se nega  a receber. Está à revelia o processo dela e isso dificulta os trabalhos porque se ela some lá e não pode ser notificada aqui também ela não aparece", criticou Kero Kero.

Na terça-feira (30), Edna anunciou a sua saída da comissão por avaliar que os trabalhos não estão sendo conduzidos de forma correta, havendo 'brechas' no processo para que Emanuel Pinheiro escape de uma possível cassação. Para a legisladora, será "mamão com açúcar para o gestor conseguir se safar das consequências da investigação".

Por outro lado, o presidente argumenta que ela não frequentava as reuniões. Ele acredita que tenha sido uma estratégia da defesa da vereadora, que também enfrenta uma Comissão Processante na Câmara Municipal, para não ser notificada e com isso postergar o andamento do processo.

Entretanto, a "tática" estaria atrapalhando os trabalhos da comissão contra o prefeito. "O substituto tem que ser escolhido para ontem na minha avaliação. Na minha avaliação a Edna prejudicou a comissão e muito. Isso compromete os trabalhos, ela não pode vir a bem prazer e dizer 'não quero mais' e o que vinha sido feito? Ela se escondeu da processante dela e nos prejudiou", pontuou o vereador. 

COMISSÃO PROCESSANTE - A comissão, aprovada por 16 votos a 8, tem a responsabilidade de elaborar um relatório final, pela cassação ou não do mandato do prefeito que é acusado de integrar uma suposta organização criminosa instalada na Saúde para, supostamente, promover desvios de recursos públicos juntamente com outros três ex-secretários que já passaram pela Pasta. Caso seja cassado pelo Legislativo Municipal, Emanuel Pinheiro pode recorrer ao Poder Judiciário de Mato Grosso, na tentativa de retornar ao cargo.