Torturada, decapitada e jogada numa região de mata, a cantora trans e suplente de vereadora em Sinop (500 km de Cuiabá), Santrosa (PSDB), de 27 anos, informou não possuir nenhum bem em seu nome em sua declaração de patrimônio apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, conforme a plataforma Divulgacand, a candidata pelo PSDB recebeu R$ 7 mil em doações do partido.
Quando anunciou sua candidatura, Santrosa havia adiantado que, caso fosse eleita, não iria defender apenas os direitos da população LGBT, mas sim de todos que precisam de apoio e de oportunidades, além de projetos para fomentar a cultura. Devido a isso, a modelo usou as redes sociais para dizer que, ao se filiar ao partido e disputar uma vaga para combater a mentira e à corrupção que, segundo ela, são as coisas que mais prejudicam o desenvolvimento da sociedade.
Durante a campanha, a tucana recebeu R$ 5 mil de doação do PSDB nacional, R$ 1,7 mil da candidata à prefeita Mirtes Grotta (Novo) e R$ 228 da comissão provisória do PSDB municipal, totalizando R$ 7 mil. Ao todo, a tucana contraiu despesas no valor de R$ 4,9 mil entre elas produção de programas de rádio, televisão, vídeos, jingles, vinhetas e slogans, além de publicidade por carros de som.
Santrosa foi a segunda mulher trans a se candidatar a uma cadeira no Legislativo de Sinop, cidade considerada o berço do agronegócio e do bolsonarismo, visto que no pleito de 2022, 76,95% dos eleitores votaram em Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, a miss declarou que via como uma oportunidade ocupar um espaço na política muito importante. Ao final do pleito, ela conquistou 121 votos e ficou como suplente.
MORTE BRUTAL - Santrosa foi sequestrada dentro de sua casa no último sábado (9), quando criminosos entraram na residência para tomar as drogas que ela estava vendendo. Eles a levaram para uma área de mata, onde amarraram seus pés e mãos e a decapitaram na zona rural, perto da Estrada Cirene. A Polícia Civil descartou as possibilidades de crime político ou transfobia e investigações preliminares dão conta de que a cantora foi morta por vender drogas sintéticas na região sem a autorização da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
O presidente estadual do PSDB, deputado Carlos Avallone, acionou a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) e cobrou mais rigor no combate ao crime organizado. O contato foi feito logo que o parlamentar tomou conhecimento do assassinato da correligionária Santrosa.
"Liguei na hora que tomei conhecimento da informação. Falei com o coronel Fernando e eles já estão com algumas linhas de investigações. Hoje ainda vou falar com o presidente Eduardo Botelho para elaborarmos uma carta pedindo providências do Estado e também ao ministro da Justiça”, afirmou Avallone nesta segunda-feira.
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Terça-Feira, 12 de Novembro de 2024, 09h26guaraná ralado
Terça-Feira, 12 de Novembro de 2024, 06h52João Batista
Segunda-Feira, 11 de Novembro de 2024, 21h42Justus
Segunda-Feira, 11 de Novembro de 2024, 20h58Marcos Justos
Segunda-Feira, 11 de Novembro de 2024, 20h31