Política Sábado, 17 de Maio de 2025, 21h:58 | Atualizado:

Sábado, 17 de Maio de 2025, 21h:58 | Atualizado:

OPERAÇÃO POÇO SEM FUNDO

CGE aponta superfaturamento; empresas devolverão R$ 58 mi

Poço teve superfaturamento de até 54%

BRENDA CLOSS
Da Redação

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metamat

 

Contratos superfaturados, pagamentos acima dos valores de mercado e prejuízo milionário aos cofres públicos estão no centro das investigações da Operação Poço sem Fundo, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) com autorização da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo). Segundo auditorias da Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT), entre os anos de 2020 e 2023, a Metamat (Companhia Matogrossense de Mineração) firmou 13 contratos para perfuração de poços artesianos, somando R$ 47,9 milhões.

A análise técnica revelou que ao menos seis desses contratos apresentaram pagamentos superiores aos valores praticados no mercado, configurando fortes indícios de sobrepreço. O caso mais grave envolve a empresa Tecnopoços, que tem como sócio administradores Ricardo Antônio Fontana, Willian Gomes Beatriz e Ísis Caroline Beatriz Jacobi, contratada pela Metamat sob o Contrato 09/2022, que, segundo o Relatório de Auditoria, gerou um prejuízo estimado de R$ 3,6 milhões apenas em razão do sobrepreço.

Essa empresa também é alvo de outros dois contratos suspeitos. "O relatório de auditoria apontou irregularidades na execução e pagamento do Contrato n.º 09/2022-METAMAT, firmado com a empresa com superfaturamento em razão de sobrepreço, causando prejuízo ao erário no montante de R$ 3.602.578,46", diz trecho.

Além da Tecnopoços, outras empresas sob investigação são a Uniko Engenharia Eireli, que tem como sócio Jobar Oliveira Rodrigues; Construtora Santa Lúcia Ltda, sob o comando de Eduardo Arruda Monteiro da Costa; P.M. Bonini, de Plínio Márcio Bonini; FR Engenharia e Poços Ltda, de Raul Barror Ribeiro e JM Poços Artesianos e Transportes Ltda, de Cristiane Pirelli de Almeida. A Uniko recebeu pagamentos 15,98% acima do valor de mercado (poços até 60m); Santa Lúcia recebeu 12,09% acima (poços de 121m a 180m) e 2,05% acima (poços de 61m a 120m); P.M. Bonini 13,83% acima (poços de 61m a 120m); a Tecnopoços 23% acima (poços de 61m a 120m) e por fim, a J.M Poços 53,48% acima (poços de 61m a 120m). 

A CGE aponta ainda que a ausência de critérios técnicos objetivos, como estudos prévios de demanda e especificações claras nos contratos, abriu margem para valores inflados, ordens de serviço genéricas e pagamentos sem comprovação da efetiva execução dos serviços. "Verificou-se, ainda, um aumento desmedido dos pagamentos referentes à execução da ação orçamentária destinada à perfuração de poços artesianos profundos no ano de 2022, com destaque para os valores recebidos pela empresa Tecnopoços, que totalizaram R$ 27.733.077,05", afirma.

Diante disso, a magistrada determinou o bloqueio de valores existentes nas contas bancárias dos representados, sendo eles pessoas físicas e jurídicas. A Tecnopoços deve devolver R$ 22.040.162,01; Uniko R$ 16.222.495,78; JM Poços R$ 8.875.125,00; FR Engenharia R$ 5.034.343,22; Santa Lúcia R$ 3.652.408,00; P.M. Bonini R$ 2.282.040,00.





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Comentários (1)

  • 13/07

    Sábado, 17 de Maio de 2025, 22h54
  • É interessante observar que ninguém foi preso. Esse bloqueio das empresas são apenas números. Eu duvido que essas empresas tenha esses montante que foi roubado dos cofres público nas suas contas. Esse dinheiro já pulverizou para as contas dos laranjas. Eu tenho a certeza que a grande maioria dos políticos e o governador está por detrás desse esquema. No final, não vai dar em nada. Já estão todos milionários, não vão ser presos, esse processo vai demorar vinte anos e ninguém será punidos, como os demais políticos ladrões Cuiabanos, sulistas e matogrossenses ao longo desses anos. Esse filme é velho e repetitivo. Os políticos, os serviços, os juízes e desembargadores, os delegados de polícia, os militares, os policiais federais, as famílias de políticos tradicionais cuiabanas, os empresários e a sociedade de um modo geral, perderam o respeito e o medo pelo poder judiciário. O código penal arcaico de 1941, é um verdadeiro alvará para a roubalheira e assalto aos cofres públicos.
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