A Câmara Municipal de Porto dos Gaúchos cassou, por 6 votos a 3, o mandato do vereador Claudiomar Braun (PSB), na noite da última quinta-feira (19). Ele era acusado de injúria, perseguição e homofobia por conta de três episódios contra o presidente da Casa, o vereador Leandro Budke (MDB), que chegou a registrar um boletim de ocorrência por conta dos ataques sofridos.

No mês passado, o Ministério Público Estadual (MPE), denunciou Claudiomar pelos ataques ao ingressar com uma ação civil pública contra ele junto ao Poder Judiciário, na qual pede sua condenação pagamento de R$ 50 mil em caso de reinicidência das ofensas. 

Leandro Budke relatou que o primeiro episódio envolvendo os dois ocorreu no dia 5 de outubro de 2021, em um grupo de WhatsApp. Na ocasião, em uma conversa, Claudiomar Braun teria feito comentários homofóbicos ao colega de parlamento, afirmando que “pela mãozinha, é bem seu perfil mesmo”.

No dia 9 de maio houve um novo episódio entre os dois, onde Claudiomar Braun, em uma reunião interna para discutir projetos de lei, se referiu a Leandro Budke afirmando que “o c* é seu, você dá para quem você quiser”. Por fim, o terceiro caso se deu em 3 de julho, quando na área externa da Câmara Municipal, seu colega de parlamento gritou, dizendo “não gostar de veado”.

Ao fazer a defesa do presidente da Câmara, que foi alvo das ofensas, o advogado Rodrigo Cyrineu apontou que a Justiça já aceitou uma denúncia oferecida contra Claudiomar Braun por conta dos episódios. O jurista lembrou ainda do episódio envolvendo o ex-deputado estadual Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, cassado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2022.

“Foi colocado aqui que a sanção de cassação seria muito severa. Por muito menos, o Mamãe Falei, que foi deputado estadual por São Paulo, que disse que as mulheres ucranianas eram fáceis porque eram pobres, foi cassado por unanimidade em seu mandato. O mesmo aconteceu com o Abílio, em Cuiabá, cassado por fazer chacota com seus colegas, e também com o Inspetor Adriano, em Primavera do Leste. Os fatos são graves e falam por si”, disse o advogado.

Votaram pela cassação os vereadores Tenente Donizete (MDB), Eder Boldrin (MDB), Antônio Carrasco (PL), Ângela Piovesan (MDB), Vilmar de Oliveira (MDB) e Valdir Bobbi (PSB), suplente do parlamentar cassado. A favor de Claudiomar Braun votara apenas Luciane Bundchen (UB), Ivo Castro (UB) e Provessor Enos (PT), que optaram por não cassar o colega. Para cassar o agora ex-vereador, eram necessários justamente seis votos.